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Responsabilidade fiscal foi marca dos governos Lula, defende Jaques Wagner

Senador afirmou nesta quinta-feira (17) que deverá integrar grupo técnico que debaterá questões relacionadas à Defesa

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Senador Jaques Wagner em foto de arquivo
Senador Jaques Wagner em foto de arquivo

Em meio às críticas feitas pelo mercado diante da possibilidade de furar a regra de teto de gastos, o senador Jaques Wagner (PT-BA) saiu em defesa do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quinta-feira (17), e afirmou que o petista não poderá governar o país sendo "tutelado" pelo mercado.

“Até estranhando por que tanta gente faz a mesma pergunta a ele (sobre responsabilidade fiscal). Porque ele não é um extraterrestre, ele já governou o país por oito anos e, pelo que me consta, a responsabilidade fiscal sempre foi uma marca de todos os governos dele. Não acho que ele vá mudar isso.”, afirmou Wagner.

“Ele não pode também deixar de ter um pouco ou muita coragem para cumprir a principal meta, que é a questão social, o combate à fome, as escolas, o emprego. É possível fazer isso equilibrado. Mas eu não posso realmente ficar tutelado pelo mercado. Não quer dizer que eu vou fazer loucuras, vou fazer coisas equilibradas, mas, se não tiver ousadia, ele não vai governar”, acrescentou.

Em discurso na 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP27), Lula disse que, além da responsabilidade fiscal, é preciso pensar em responsabilidade social. "Se vai cair a Bolsa, vai aumentar o dólar, paciência. O dólar não aumenta e a Bolsa não cai por conta de pessoas sérias, mas por conta dos especuladores que vivem especulando todo santo dia”, afirmou.


O mercado financeiro reagiu negativamente à proposta de furar o teto de gastos para bancar o pagamento do Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família, e às declarações feitas por Lula sobre a reação do setor diante das medidas de flexibilização fiscal.

Na abertura da sessão desta quinta-feira (17), a moeda norte-americana chegou a disparar 2,76% a R$ 5,5308, cotação acima de R$ 5,50 pela primeira vez desde julho. O avanço foi arrefecido, e o dólar era negociado a R$ 5,47 às 10h10. Já o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, desabou mais de 2%, abaixo da marca de 108 mil pontos, o menor patamar desde o dia 29 de setembro.


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Questionado sobre as fontes de receitas que vão bancar as promessas feitas por Lula na campanha, o senador pediu calma. “Novas receitas? Calma. Seguramente, nós teremos criatividade para criar novas receitas para fazer. Para encontrar novas receitas, tem que estar disposto a procurar. Se, de antemão, eu digo que não tem nada para fazer, eu vou fazer o quê? Não estou na equipe econômica, prefiro não meter a mão.”

Equipe de transição

Wagner informou, ainda, que deverá integrar o grupo técnico da Defesa da equipe de transição. Os nomes ainda não foram divulgados pela coordenação, que está a cargo do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). Perguntado sobre o nome que chefiará o Ministério da Defesa na terceira gestão de Lula à frente do Palácio do Planalto, o petista defendeu que seja um civil, e não militar.


“Quando foi criada — e não foi criada por nós —, [a pasta] foi criada por um governo anterior ao nosso, e não vou dizer que é assim no mundo inteiro, mas creio que seja. A figura do Ministério da Defesa é exatamente para a sociedade entender que a Defesa não é uma questão só das Forças Armadas, é uma questão da sociedade quando se fala de soberania”, disse Wagner.

“Pessoalmente, acho que, para alimentar mais essa relação, sem falar de veto, acho melhor botar um civil que vá construir exatamente essa ponte para não aparecer que é um mundo à parte, que não tem nada a ver com a sociedade. Então, eu prefiro um civil. A escolha não é minha. Deve ter militar no grupo. Seguramente, tem”, completou.

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