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Amazônia Legal: saneamento traz retorno econômico e social cinco vezes maior do que o investimento

Estudo mostra que universalização do saneamento pode gerar R$ 330 bilhões em benefícios na região até 2040

Brasília|Do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • 9,5 milhões de pessoas na Amazônia Legal não têm acesso à água potável.
  • Investir em saneamento pode gerar R$ 330 bilhões em benefícios até 2040.
  • Tratamento de esgoto é insuficiente, com apenas 16,8% dos resíduos tratados.
  • Universalização do saneamento pode melhorar a qualidade de vida e a preservação ambiental.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Apenas 16,8% do esgoto da Amazônia Legal é tratado
Apenas 16,8% do esgoto da região é tratado Carolina Gonçalves/Agência Brasil/Arquivo

O último Censo do IBGE, de 2022, apontou que 9,5 milhões de pessoas viviam sem acesso à água potável e 22 milhões sem coleta de esgoto nos 772 municípios da Amazônia Legal.

Por sua vez, estudo do Instituto Trata Brasil — em parceria com a EX ANTE Consultoria —, divulgado nesta terça-feira (16), mostra que o investimento em saneamento promove não apenas saúde e qualidade de vida, mas retorno econômico. Segundo a pesquisa, para cada R$ 1 investido em saneamento na Amazônia Legal, o retorno pode ser de R$ 5,10 em um futuro próximo.


Com investimentos, os benefícios líquidos podem chegar a R$ 330 bilhões até 2040, gerando impactos diretos na saúde pública, geração de empregos, renda, no turismo e até na valorização imobiliária.

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A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba oito estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), além de parte do Maranhão — a extensão total é de 5 milhões de quilômetros quadrados.


A universalização do saneamento na Amazônia Legal permitiria não só transformar a vida de milhões de brasileiros, mas fortalecer a preservação ambiental da maior floresta tropical do planeta.

De acordo com o estudo, entre 2000 e 2022, oito milhões de moradores passaram a ter acesso à água tratada e quatro milhões ganharam coleta de esgoto no período. O número de pessoas sem banheiro em casa caiu de 3,6 milhões para 414 mil.


Apesar dos avanços, contudo, apenas 16,8% do esgoto produzido é tratado, e diariamente são despejados 2,3 trilhões de litros de esgoto sem tratamento em rios e córregos da região.

Redução de custos e aumento de renda

O Trata Brasil estima que os ganhos previstos entre 2024 e 2040 englobariam as áreas de saúde, produtividade, mercado imobiliário e turismo:


• Economia de R$ 2,7 bilhões em internações e afastamentos por doenças relacionadas à água contaminada;

• Aumento de R$ 192,9 bilhões na renda do trabalho;

• Valorização imobiliária em R$ 25,1 bilhões;

• R$ 22,1 bilhões provenientes do turismo, impulsionado pela despoluição de rios e lagos.

Além disso, os investimentos em saneamento podem chegar a R$ 134,8 bilhões, gerando R$ 174,6 bilhões em renda direta, indireta e induzida.

“O ganho de R$ 330 bilhões, advindo da universalização do saneamento, oferece a oportunidade de recuperar áreas degradadas pelo despejo irregular do esgoto e, principalmente, de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dos povos tradicionais e das populações em situação de vulnerabilidade que habitam na região, além de influenciar positivamente todo o ecossistema brasileiro”, ressalta a presidente executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto.

Os maiores ganhos absolutos serão registrados no Pará, Maranhão e Mato Grosso, enquanto os ganhos per capita mais significativos se concentram em Rondônia (R$ 1.049,23), Acre (R$ 894,98) e Amazonas (R$ 817,14). Entre as capitais, Rio Branco (AC), Porto Velho (RO) e Macapá (AP) lideram a lista de maiores retornos por habitante.

O estudo também aponta que, após 2040, o legado da universalização continuará trazendo benefícios estimados em mais R$ 342 bilhões.

Perguntas e Respostas

Qual é o impacto econômico do saneamento na Amazônia Legal?

O estudo do Instituto Trata Brasil, em parceria com a EX ANTE Consultoria, revela que para cada R$ 1 investido em saneamento na Amazônia Legal, o retorno pode ser de R$ 5,10. Os benefícios líquidos podem alcançar R$ 330 bilhões até 2040, impactando saúde pública, geração de empregos, renda, turismo e valorização imobiliária.

Quantas pessoas na Amazônia Legal não têm acesso a água potável e esgoto?

Segundo o último Censo do IBGE, em 2022, 9,5 milhões de pessoas viviam sem acesso à água potável e 22 milhões sem coleta de esgoto nos 772 municípios da Amazônia Legal.

Quais estados estão incluídos na Amazônia Legal?

A Amazônia Legal abrange oito estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, além de parte do Maranhão, totalizando 5 milhões de quilômetros quadrados.

Quais foram os avanços no acesso à água e esgoto entre 2000 e 2022?

Entre 2000 e 2022, oito milhões de moradores passaram a ter acesso à água tratada e quatro milhões ganharam coleta de esgoto. O número de pessoas sem banheiro em casa caiu de 3,6 milhões para 414 mil.

Qual é a situação atual do tratamento de esgoto na região?

Apenas 16,8% do esgoto produzido na Amazônia Legal é tratado, resultando em 2,3 trilhões de litros de esgoto despejados diariamente em rios e córregos sem tratamento.

Quais são os ganhos previstos com a universalização do saneamento até 2040?

Os ganhos incluem: R$ 2,7 bilhões em economia de internações por doenças relacionadas à água contaminada, R$ 192,9 bilhões de aumento na renda do trabalho, R$ 25,1 bilhões em valorização imobiliária e R$ 22,1 bilhões com visitantes, impulsionados pela despoluição de rios e lagos.

Qual é a opinião da presidente do Instituto Trata Brasil sobre os benefícios do saneamento?

Luana Pretto, presidente executiva do Instituto Trata Brasil, afirma que o ganho de R$ 330 bilhões oferece a oportunidade de recuperar áreas degradadas e melhorar a qualidade de vida dos povos tradicionais e populações vulneráveis na região, além de influenciar positivamente o ecossistema brasileiro.

Quais estados terão os maiores ganhos com a universalização do saneamento?

Os maiores ganhos absolutos serão registrados no Pará, Maranhão e Mato Grosso, enquanto os ganhos per capita mais significativos se concentram em Rondônia, Acre e Amazonas. Entre as capitais, Rio Branco, Porto Velho e Macapá lideram a lista de maiores retornos por habitante.

O que se espera após 2040 em relação aos benefícios do saneamento?

Após 2040, o legado da universalização do saneamento continuará trazendo benefícios estimados em mais R$ 342 bilhões.

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