‘Se tiverem culpa, que sejam punidos’, diz Ibaneis sobre investigados do Iges
Polícia cumpriu 20 mandados de busca e apreensão para investigar fraudes em contratos
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, comentou nesta quinta-feira (29) as investigações da Polícia Civil que apuram supostas fraudes em contratos do Iges (Instituto de Gestão Estratégia de Saúde do Distrito Federal). A polícia cumpriu 20 mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (28). Depois da investigação, o Iges afastou o diretor vice-presidente, Caio Valério Gondim Reginaldo Falcão, e o diretor de Administração e Logística, Antônio Carlos Garcia Martins Chaves.
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“Não tenho ainda nenhum conhecimento, vamos aguardar. A polícia está fazendo o seu trabalho, o Ministério Público também vai fazer. A notícia que eu tenho é a do presidente do Iges de que os envolvidos foram afastados. A gente espera que eles possam fazer uma apuração mais rápida possível e, aqueles que tiverem culpa, que sejam punidos”, disse o governador.
Questionado sobre a investigação, o advogado de Caio Valério Gondim Reginaldo Falcão, Thiago Alencastro, disse que aguarda o acesso ao inquérito para se pronunciar.
“Até o momento desconhecemos a acusação. Informamos adicionalmente que ele corroborou com a decisão do seu afastamento da Diretoria Vice-Presidencial do Iges-DF, conforme previsão no Estatuto do Instituto, para que assim possa contribuir com as investigações. Certos da conduta idônea em toda a vida profissional do doutor Caio, ele tem recebido apoio e respeito de todos que conhecem sua trajetória”, diz em nota.
O R7 também tentou contato com a defesa de Antônio Carlos Garcia Martins Chaves, mas até a publicação desta reportagem não teve retorno. O espaço segue aberto.
Entenda
Na quarta-feira (28) a polícia civil cumpriu 20 mandados de busca e apreensão para investigar supostas fraudes em contratos no Iges. Segundo os investigadores, um grupo formado por servidores públicos e empresários teria recebido favorecimento no contrato de fornecimento de refeições para os pacientes nas unidades de saúde administradas pelo instituto, incluindo o Hospital de Base, o principal da capital federal.
Os mandados foram cumpridos em endereços vinculados à prestadora de serviços e a servidores do Iges, além da sede do instituto. Os locais estão situados no DF, em Goiás e no Amapá.
A PCDF afirma ter encontrado diversos indícios de que o serviço era prestado de forma inadequada e precária, com falta de insumos, atrasos nas entregas e carência de equipamentos adequados para a produção de alimentos. Para a polícia, existem indícios de que o “alinhamento” entre empresários e gestores ocorreu devido ao pagamento de propina aos servidores públicos.
“As diligências apontaram fortes evidências de direcionamento contratual e favorecimento indevido da empresa prestadora do serviço, que, mesmo diante das inúmeras falhas verificadas, teve o contrato renovado e seus pedidos de aumento dos valores repassados pelo IGES-DF atendidos”, explica a PCDF.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de capitais. Caso condenados, podem pegar penas de até 30 anos de prisão.