Secretaria Nacional do Consumidor multa Enel em R$ 13 milhões por ‘serviço ineficiente’
Medida foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira; empresa pode recorrer da decisão
Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília
A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, multou a empresa Enel (Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S.A) em R$ 13 milhões por interrupção de serviço público essencial e demora no reestabelecimento, além de prestação de um ‘serviço ineficiente’. O processo é resultado das investigações sobre um apagão que deixou a cidade de São Paulo e 23 municípios da região metropolitana sem luz durante dias, em 2023. Somente no primeiro dia da queda de luz, estima-se que pelo menos 2,1 milhões de pessoas foram afetadas. Por meio de nota, a Enel informou que vai recorrer (veja posicionamento completo abaixo).
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O despacho é assinado pelo diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, Vitor Hugo do Amaral Ferreira, e foi publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira (4). Segundo o texto, a Enel violou quatro artigos do Código do Consumidor, como o que garante atos preventivos e reparação de danos patrimoniais e morais.
A decisão cabe recurso, porém o despacho garante um desconto de 25% do valor da multa caso a empresa renuncie ao direito de recorrer. Caso os valores não sejam transferidos para Fundo de Defesa de Direitos Difusos, a Enel pode ser inserida na em Dívida Ativa da União.
“Determino, por fim, a expedição de ofícios ao Ministério de Minas e Energia (MME) e à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), para dar conhecimento da sanção administrativa ora aplicada e para sugerir avaliação da possibilidade das seguintes medidas adicionais em face da empresa”, destaca o texto.
Relembre caso
O apagão começou em 3 de novembro de 2023. No estado de São Paulo, a concessionária fornece energia à capital e a 23 municípios da região metropolitana.
Provocada por fortes temporais, a interrupção no fornecimento de energia chegou a atingir o funcionamento de locais como o Parque Ibirapuera, que sediou a 35ª Bienal de São Paulo, e escolas onde foram aplicadas a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Simultaneamente à queda de energia, houve falta de água em algumas localidades.
O serviço de energia elétrica foi sendo restabelecido gradualmente. Somente no primeiro dia de queda da luz, estimou-se, na época, que pelo menos 2,1 milhões de pessoas foram afetadas.
A Enel chegou a anunciar um plano para atenuar os problemas causados pelo apagão. As medidas, contudo, quebraram a expectativa de que se estenderiam a todos os prejudicados, pois se restringiram aos clientes cadastrados no programa Tarifa Social que ficaram por 48 horas ou mais sem energia.