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R7 Brasília

Secretário do Ministério da Saúde diz que maior preocupação no RS é com doenças transmissíveis

Pasta recomendou aos municípios que priorizem vacinação contra influenza, covid, tétano, hepatite A e raiva

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Não há preocupação acerca de casos de leptospirose, diz pasta Rafa Neddermeyer/Agência Brasil - 17.5.2024

O secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, declarou nesta sexta-feira (17) que a maior preocupação da pasta com a tragédia do Rio Grande do Sul, no momento, é com doenças transmissíveis. Em coletiva de imprensa para atualização das ações do governo federal no estado, ao lado de ministros, o secretário afirmou também que não há preocupação, por enquanto, a respeito de doenças como leptospirose e dengue. O Ministério da Saúde recomendou aos municípios gaúchos afetados pelas fortes chuvas e enchentes que priorizem a vacinação contra influenza, covid, tétano, hepatite A e raiva.

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“A maior preocupação agora é com doenças transmissíveis. Tem havido reforço das ações de vacinação e temos recomendado priorizar vacinas de influenza, covid, tétano, hepatite A e raiva. Tudo está sendo acompanhado em conjunto com o governo do estado. A principal demanda do momento são as doenças respiratórias, por conta do período do ano, e há aumento de incidência de doenças gastrointestinais e afecções de pele, devido às enchentes”, destacou.

A tragédia no estado já deixou ao menos 154 mortos e 806 feridos. Outras 98 pessoas estão desaparecidas e 78.165 gaúvhos estão em abrigos. A população afetada — em 461 municípios do RS, mais de 92% do estado — ultrapassa 2,2 milhões. Os desalojados somam 540.192. As forças de resgate já salvaram 82.666 pessoas e 12.108 animais, segundo a atualização mais recente da Defesa Civil local.

O secretário afirmou que o ministério tem monitorado casos de leptospirose. “Não há nenhum aumento extraordinário que gere preocupação acima da que deve ter. [Sobre os] casos de dengue, tem notificação, mas também de maneira controlada. Temos o benefício do clima, que é fator contra o desenvolvimento do mosquito”, acrescentou Massuda.


Imunizantes em falta

Como o R7 mostrou, das seis vacinas recomendadas por médicos para os afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul — Covid-19, influenza, hepatite A, tétano e raiva, além da tríplice viral, que combate sarampo, rubéola e caxumba —, duas estão em falta no estado. A informação é do infectologista Alessandro Pasqualotto, doutor em medicina pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e membro da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia). “Falta vacina para Covid-19, apesar de existirem esforços dos governos, e não tem vacina contra hepatite A para todos”, lamenta o profissional, que atua na Santa Casa de Porto Alegre.

A prescrição das seis vacinas consta em uma nota técnica divulgada nesta semana pela SBI em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a Sociedade Brasileira de Imunizações, a Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade, a Sociedade Gaúcha de Infectologia e a Associação Brasileira de Medicina de Emergência. O documento orienta profissionais da saúde sobre como agir durante a crise climática no Rio Grande do Sul.


“A vacinação tem que ser para todos, porque a água contaminada pode chegar, inclusive, às pessoas que estão em casa — seja na hora da limpeza, seja na hora de tomar água que não esteja purificada devidamente”, alerta o especialista. Enquanto não há vacina para a totalidade dos pacientes, o foco são os socorristas que atuam nos resgates.


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