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R7 Brasília

Sem acordo, CPMI do 8 de Janeiro cancela sessão desta terça

A relatora quer quebras de sigilo telemáticas e de inteligência financeira, mas o presidente se opõe a apurar venda de joias

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Arthur Maia preside sessão da CPMI do 8 de Janeiro
Arthur Maia preside sessão da CPMI do 8 de Janeiro

A sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro desta terça-feira (22) foi cancelada por falta de acordo. A relatora Eliziane Gama (PSD-MA) defende a quebra de sigilo telemática e financeira do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, mas o presidente da comissão, Arthur Maia (União-BA), se opõe a abrir uma vertente para apurar a suposta venda ilegal de joias doadas à Presidência da República. 

A liberação dessas informações sigilosas é de interesse da relatora, que quer avaliar se as transações financeiras de Bolsonaro e Michelle mostram inconsistências e movimentações atípicas que liguem os dois diretamente ao caso das joias.

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A CPMI investiga uma suposta organização criminosa que atuaria em diversas frentes, entre elas a venda das joias, o financiamento de atos extremistas, a propagação de fake news e o questionamento do sistema eleitoral. Eliziane já afirmou que existem "fortes condições" de pedir o indiciamento do ex-presidente ao fim das investigações do colegiado. 

A oposição trabalha na direção contrária, para impedir as quebras de sigilo. No entanto, caso haja uma mudança de postura de Maia, que controla a pauta por ser o presidente da CPMI, a avaliação é de que os pedidos sejam aprovados, já que a maioria dos membros do colegiado é governista. 


Zambelli

Outros pontos de divergência foram os pedidos de quebra de sigilo que miram a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o entorno dela, incluindo o irmão, o marido e assessores. Os requerimentos foram sugeridos por Eliziane após o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto.

Delgatti afirmou ter recebido R$ 40 mil da parlamentar para invadir o sistema do Judiciário e declarou que foi ela a responsável por escrever o decreto falso do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que pedia a própria prisão.


Leia mais: Hacker da 'Vaza Jato' diz que Zambelli foi a responsável por decreto de prisão de Moraes

A defesa da deputada negou relações dela com Delgatti. Em uma nota divulgada na quinta-feira (17), o advogado de Zambelli disse que "refuta e rechaça qualquer acusação de prática de condutas ilícitas ou imorais pela parlamentar".

A oposição admite uma convocação de Zambelli, mas não quer as quebras de sigilo. Já os governistas avaliam que a fala da deputada não é estratégica e, por isso, não querem ceder o espaço e tentam avançar na investigação contra ela de outra maneira. 

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