Sem acordo sobre quebra de sigilo de Bolsonaro, reunião da CPMI do 8 de Janeiro é adiada
Governo e oposição divergem em requerimentos de quebra de sigilo do ex-presidente Jair Bolsonaro e de comandantes da PMDF
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Por falta de acordo, parlamentares governistas e da oposição adiaram a reunião da CPMI do 8 de Janeiro que aconteceria na manhã desta terça-feira (22). Governistas querem pôr em votação pedidos de quebra de sigilo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de militares da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). No entanto, enfrentam a resistência da oposição, que aposta na estratégia de convocar diretores da Força Nacional e marcar a oitiva do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias.
Entenda a operação da Polícia Federal que prendeu a alta cúpula da Polícia Militar do DF
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Uma nova reunião, com o objetivo de construir um acordo em torno dos requerimentos, está marcada para as 14h, ainda nesta terça-feira.
Na última semana, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), protocolou uma série de requerimentos que alcançam o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro no caso da venda ilegal de joias no exterior e o envolvimento do hacker Walter Delgatti Neto na tentativa de fraudar as urnas eletrônicas. O objetivo da relatora é traçar a ligação dos episódios com Jair Bolsonaro.
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No entanto, para pôr os requerimentos em votação, é necessária a construção de acordo com a oposição. Além disso, a pauta das reuniões da CPMI depende da aprovação do presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA).
Há resistência por parte do presidente da CPMI em abrir caminhos no colegiado para investigar o esquema de vendas de joias dadas a Bolsonaro por autoridades estrangeiras. Ele alega desvio de foco. No entanto, Eliziane afirma que o objetivo não é apurar o esquema em si, mas investigar o fluxo do dinheiro que financiou o 8 de Janeiro.
Joias avaliadas em R$ 16,5 milhões e escultura dourada de um cavalo de aproximadamente 30 centímetros estão entre os objetos apreendidos pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP), em outubro de 2021, com um assessor que trabalhou durante a ge...
Joias avaliadas em R$ 16,5 milhões e escultura dourada de um cavalo de aproximadamente 30 centímetros estão entre os objetos apreendidos pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP), em outubro de 2021, com um assessor que trabalhou durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
A relatora diz que o depoimento do hacker Walter Delgatti, na quinta-feira (17), foi importante para direcionar os novos pedidos. Além de mirar diretamente Bolsonaro, Eliziane quer informações sigilosas de todos os envolvidos que teriam participado de uma reunião entre Delgatti e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e do suposto esquema para tratar da invasão de urnas eletrônicas antes das eleições de 2022.



















