Senado vai discutir taxa de juros e inflação com Campos Neto, Haddad e Tebet
Presidente do Banco Central, ministros e economistas participarão de sessão de debates no plenário da Casa; data ainda será definida
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (14) a realização de uma sessão de debates sobre inflação e a taxa básica de juros da economia, a Selic, com a participação dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento). O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também foi convidado, mas pode recusar o convite.
A data do encontro, que também terá a participação de economistas, ainda não foi definida. A sessão foi solicitada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e aprovada de forma simbólica pelos demais senadores.
Segundo Pacheco, a discussão sobre o assunto é necessária para "direcionar esforços para a construção de soluções capazes de evitar a perda do poder de compra da nossa população sem prejudicar o crescimento imediato da nossa economia".
Desde a posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem criticado a independência do Banco Central e a decisão do órgão de manter a Selic em 13,75%. De acordo com Lula, não há justificativa para que o índice esteja nesse patamar, o que, segundo ele, atrapalha o crescimento do Brasil.
No entendimento de Pacheco, a sessão de debates pode permitir que governo e Banco Central entrem em consenso sobre qual é a melhor decisão para o país.
Seria muito importante haver uma sessão que envolvesse personagens da política e da economia do Brasil no plenário do Senado Federal%2C que tem uma atribuição constitucional de tratar dessas matérias relevantes%2C para que pudéssemos extrair conclusões que sejam assertivas%2C tecnicamente corretas e com base empírica%2C para podermos seguir um caminho de crescimento%2C com contenção da inflação.
Outros convidados
Além de Haddad, Tebet e Campos Neto, foram convidadas 12 autoridades, entre elas o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga; o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia; o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney Menezes Ferreira; e o ex-secretário do Tesouro Nacional Bruno Funchal.