Senadores fazem reunião reservada para ver provas contra lobista
CPI discute a possibilidade de pedir a prisão preventiva de Marconny Albernaz, que não compareceu para prestar depoimento
Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília
Os senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 se reuniram de forma reservada para ouvir áudios relacionados a Marconny Albernaz, apontado como lobista da empresa Precisa Medicamentos. A sessão da comissão desta quinta-feira (2/9) foi suspensa depois que o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), mostrou um áudio que seria de Albernaz em conversa com a advocada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Karina Kufa.
O senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) questionou o contexto do áudio, e foi apoiado pelo presidente da comissão, Omaz Aziz (PSD-AM). "Esse é um áudio aleatório. Tem que saber o contexto do áudio, do que ele está tratando", afirmou. A reunião durou mais de uma hora.
A ideia é que todos os senadores ouçam áudios e vejam as provas que a comissão tem contra Albernaz. O lobista não compareceu à oitiva marcada para esta quinta-feira. Aziz determinou que a Polícia Legislativa fosse atrás de Marconny (medida chamada de "condução sob vara", que é como uma condução coercitiva), mas ele não foi encontrado. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que pediria a prisão preventiva de Albernaz, caso ele não fosse encontrado.
Leia também
Marconny Albernaz é apontado como lobista junto ao Ministério da Saúde em favor da Precisa Medicamentos. A empresa é um dos focos da CPI por seu contrato bilionário com a pasta para a compra da vacina indiana Covaxin.
O depoimento de Albernaz inicialmente tinha sido adiado após o advogado apresentar um atestado médico de 20 dias à CPI, alegando estar internado no hospital Sírio Libanês, em Brasília, e não poder comparecer ao Senado. Os parlamentares consideraram o longo atestado suspeito e pediram para entrar em contato com o hospital para confirmar a internação de Albernaz.