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Servidores da Abin ameaçavam expor espionagem ilegal para não serem demitidos, diz PF

Ministro do STF Alexandre de Moraes tirou sigilo de inquérito sobre Abin ‘paralela’

Brasília|Do R7

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PF diz que apesar dos servidores saberem sobre os monitoramentos ilegais, não fizeram nada Antonio Cruz/Agência Brasil

Em relatório que pede o indiciamento de mais de 30 pessoas no inquérito sobre a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) “paralela”, a PF (Polícia Federal) afirmou que as ações “clandestinas” de monitoramento ilegal na agência eram de conhecimento “geral” na agência. Além disso, que servidores usavam de tal conhecimento para evitar as próprias demissões.

“As ações clandestinas eram de conhecimento geral na Abin, tanto que servidores se utilizaram deste conhecimento para evitar as respectivas demissões”, informou a PF no inquérito, que teve sigilo levantado na tarde desta quarta-feira (18) pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.


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Segundo as investigações, o conhecimento das ações de monitoramento ilegal de autoridades, políticos e jornalistas era “de pleno conhecimento” dos gestores do Doint (Departamento de Operações de Inteligência).

“Tanto que Paulo Magno e Paulo Maurício [diretores do Doint, substituto e titular respectivamente] construíram documento em que expressamente, dentre outros aspectos, noticiam o desvio Republicano da Abin”, prosseguiu a PF no documento.


Contudo, segundo a corporação, os oficiais não tomaram “nenhuma ação” e contribuíram diretamente para a “apropriação indevida” da agência de inteligência.

Conforme a PF, o sistema de monitoramento ilegal usado era o “First Mile”, adquirido em 2018 durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). Contudo, as investigações apontam que a tecnologia foi usada “essencialmente durante a gestão” do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), investigado no inquérito.


O inquérito é resultado da Operação Última Milha, que apura uma organização criminosa responsável por monitoramentos ilegais de desafetos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além da produção de notícias falsas a partir dos sistemas da Abin.

A PF ainda afirma que a Abin “paralela” se apropriou do sistema e o “desviou” para uso particular e político “alheio as atribuições institucionais”. A corporação alega ainda que os “alto-gestores” da agência demandavam o uso do sistema para “produção de desinformação, ataque a opositores e ao sistema eleitoral”.

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