O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, afirmou nesta quinta-feira (10), em sessão especial no Senado para homenagear e relembrar as vítimas do Holocausto (extermínio de judeus), que o mundo precisa ter 'tolerância zero' ao racismo, ao discurso de ódio e ao antissemitismo (ódio aos judeus). O embaixador ressaltou a importância de se lembrar os riscos e os prejuízos do nazismo, para que nunca se repita.
"O silêncio diante do ódio aos judeus não pode mais ser tolerado. À medida que a última geração de sobreviventes do Holocausto atinge a velhice, o fardo de lembrar o passado e ensinar as gerações futuras passa para todos nós", ressaltou.
O embaixador afirmou que 77 anos após a liberação do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, ele não tem certeza de que o mundo assimilou o perigo da conexão entre ideias e ações. "O holocausto e o extermínio de 6 milhões de judeus não aconteceram do nada. Foram baseados em ideologias nazistas e no discurso de ódio de mentes perturbadas. A lição que podemos e devemos tirar disso é ter zero tolerância a esse tipo de situação. Zero tolerância ao racismo, ao discurso de ódio, ao antissemitismo", afirmou.
A sessão especial no Senado foi marcada depois que o apresentador Bruno Aiub, conhecido como Monark, defendeu, durante durante o podcast Flow, a existência do partido nazista no Brasil. Na ocasião, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) não rebateu as falas do apresentador e as endossou ao afirmar que acha um erro que a Alemanha tenha criminzalizado o partido nazista.
Ao comentar o episódio, o embaixador afirmou que o caso atesta "que a mensagem não foi bastante assimilada pelas pessoas e pela sociedade". "Nossa guerra é levantar nossa voz contra a legitimação desse tipo de ideia. Não estou aqui apenas como embaixador, mas como judeu e filho de sobreviventes do Holocausto", relatou. Zonshine frisou que "o antissemitismo deveria ser uma preocupação dos líderes do mundo todo, incluindo o Brasil".