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Tarifaço: deputado defende manutenção do diálogo e ampliação de ‘perfil de clientes’ do Brasil

Presidente da Frente Parlamentar do Brasil Competitivo, Júlio Lopes considera que governo conduz processo com ‘tranquilidade’

Brasília|Rute Moraes, do R7, em BrasíliaOpens in new window

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Deputado Julio Lopes considera que o vice-presidente tem feito um bom trabalho nas negociações Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados - 15/07/2025

Presidente da Frente Parlamentar do Brasil Competitivo, o deputado federal Julio Lopes (PP-RJ) avalia que o país deve insistir no diálogo com os Estados Unidos para reduzir ou anular a tarifa de 50% aplicada sobre produtos nacionais destinados ao mercado norte-americano.

“Precisamos agir rápido. A inflexão é preocupante. Mas o Brasil precisa insistir, e não podemos deixar de atender os lutadores do agronegócio [...]. Quero incentivar que continuemos a perseguir o diálogo de forma bastante resiliente com os EUA”, afirmou o parlamentar ao R7.


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Na quarta-feira (31), o presidente norte-americano, Donald Trump, assinou uma ordem executiva oficializando a medida, com vigência a partir de 6 de agosto.

O decreto estabelece uma lista com cerca de 700 exceções — itens não atingidos pela taxação — entre os quais estão suco de laranja, aviões comerciais, combustíveis, petróleo e minério de ferro.


De acordo com o governo brasileiro, aproximadamente 44,6% das exportações para os Estados Unidos permanecem isentas da nova tarifa.

Para Lopes, a exclusão de determinados produtos representou alívio, especialmente no setor de aviação. “A isenção que obtivemos sobre outros produtos vai colaborar muito para que tenhamos um percentual menor de prejuízos”, avaliou.


O café merece o esforço

Apesar das exceções, algumas commodities com forte presença no comércio bilateral, como carne bovina, café e cacau, não foram contempladas e passarão a ser taxadas em 50%.

O deputado destacou que, no caso do café, o Brasil fornece 38% do grão consumido pelos norte-americanos, o que justifica a continuidade dos esforços diplomáticos.


Lopes também elogiou a condução das tratativas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), apesar da resistência da Casa Branca.

“Não há razão econômica que justifique o percentual da tarifa, que representa um embargo, porque ninguém consegue trabalhar com isso. É uma penalização injusta. Somos um dos maiores aliados dos EUA”, ponderou.

Alternativas comerciais

Uma das últimas estratégias cogitadas pelo governo seria recorrer à Lei da Reciprocidade Econômica, podendo elevar a taxa sobre produtos norte-americanos para até 100%.

Contudo, o parlamentar considera que essa resposta não seria adequada neste momento. Em vez disso, defende o fortalecimento de parcerias com outros países e cita negociações em curso com Canadá e México.

“O Brasil precisa trabalhar para ampliar o perfil de clientes e diminuir possibilidade de impactos”, analisou.

“O fato de os EUA estarem assumindo essa postura gera crise, mas também abre espaço para oportunidades. Podemos sair desse cenário fortalecidos, desde que haja competência e habilidade nas negociações”, concluiu.

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