Logo R7.com
RecordPlus
R7 Brasília

Tarifaço: Lula cita ‘cenário desafiador’ e defende ‘diversificar parcerias’ para maior autonomia

Petista recebeu presidente do Equador e assinou acordos bilaterais; taxa imposta por Trump vale desde o início do mês

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

  • Google News

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Lula destaca a necessidade de diversificar parcerias para garantir autonomia do Brasil frente à tarifa imposta pelos EUA.
  • O presidente brasileiro se reuniu com o presidente do Equador e assinou acordos em áreas como agricultura familiar e inteligência artificial.
  • A tarifa dos EUA, que começou a vigorar em agosto, afeta setores como agronegócio e calçados, com risco de queda nas exportações brasileiras.
  • O governo brasileiro busca minimizar os impactos da tarifa por meio de negociações com os setores mais atingidos.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Lula assinou ao menos três acordos com presidente do Equador Marcelo Camargo/Agência Brasil - 18.08.2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a declarar nesta segunda-feira (18) a importância de o Brasil abrir mercados, em meio ao tarifaço imposto a produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Em um cenário global desafiador, em que rivalidades se agravam e instituições multilaterais são esvaziadas, é preciso firmeza na defesa da nossa independência”, destacou.


A fala foi feita ao lado do presidente do Equador, Daniel Noboa, que está em visita oficial de Estado ao Brasil.

Veja mais

Os dois líderes assinaram ao menos três acordos bilaterais nesta segunda — nas áreas de combate à fome e à pobreza, agricultura familiar e inteligência artificial.


“Para o Brasil, autonomia é sinônimo de diversificação de parcerias. Os laços com o Equador e com os demais vizinhos sul-americanos são prioridade para nós”, completou Lula.

Parcerias em outras áreas

O petista declarou, ainda, que o Brasil vai reabrir a adidância da Polícia Federal em Quito, capital do Equador.


“Já promovemos treinamento sobre a investigação de crimes financeiros”, acrescentou Lula, ao reforçar a oferta brasileira de cooperação em segurança pública.

“Não é preciso classificar organizações criminosas como terroristas, nem violar a soberania alheia, para combater o crime organizado. Só conseguiremos deter as redes criminosas que se espalharam pela América do Sul agindo juntos”, defendeu o petista.


Lula também citou ações conjuntas para coibir atividades criminosas dentro de prisões e operações para reprimir o contrabando de armas entre países.

Taxa de Trump

O norte-americano anunciou a tarifa extra em julho, e a medida começou a valer em 6 de agosto. Ao oficializar a taxa, Trump deixou de fora do tarifaço quase 700 itens brasileiros — ou seja, produtos que não receberão a tarifa adicional.

Desde o anúncio, o governo brasileiro trabalha para reduzir os impactos da tarifa. As negociações são lideradas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que tem se reunido com os setores mais afetados pelo tarifaço — o que inclui áreas do agronegócio, como carne bovina, café, pescados e mel.

Produtos brasileiros atingidos pelo tarifaço de Trump

  • Café

Maior exportador global, o Brasil tem nos EUA um de seus principais compradores. Em 2024, os embarques de café somaram quase US$ 2 bilhões, representando 16,7% do total exportado.

  • Carne bovina

De acordo com a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), o mercado americano absorveu 16,7% das exportações brasileiras do produto em 2024 — o equivalente a 532 mil toneladas e US$ 1,6 bilhão em receitas. A empresa Minerva projeta queda de até 5% na receita líquida.

  • Frutas

O setor frutícola também será afetado. No ano passado, mais de 1 milhão de toneladas foram exportadas.

  • Máquinas agrícolas e industriais

O decreto dos EUA que regulamentou o tarifaço prevê isenções específicas, como peças destinadas à indústria de papel e celulose, além de itens voltados à aviação civil. Máquinas e componentes fora desses segmentos serão taxados integralmente.

  • Móveis

Alguns modelos escaparam da taxação, entre eles assentos e estruturas metálicas ou plásticas utilizadas em aeronaves. O restante do setor será atingido pela nova alíquota.

  • Têxteis

Não houve uma isenção abrangente. Itens muito específicos, como fio de sisal para enfardamento e materiais aeronáuticos, compõem o grupo excluído.

  • Calçados

Todos os calçados brasileiros passaram a estar sujeitos à tarifa de 50%, cenário que tende a agravar a situação de um setor já pressionado pela concorrência global.

Perguntas e respostas

Qual foi a declaração de Lula sobre a abertura de mercados?

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância de o Brasil abrir mercados, especialmente em um cenário global desafiador, onde rivalidades se agravam e instituições multilaterais são esvaziadas. Ele enfatizou a necessidade de firmeza na defesa da independência do país.

Com quem Lula se reuniu e quais acordos foram assinados?

Lula se reuniu com o presidente do Equador, Daniel Noboa, durante uma visita oficial ao Brasil. Os dois líderes assinaram pelo menos três acordos bilaterais nas áreas de combate à fome e à pobreza, agricultura familiar e inteligência artificial.

O que Lula disse sobre a autonomia do Brasil?

Lula afirmou que a autonomia do Brasil está relacionada à diversificação de parcerias, destacando que os laços com o Equador e outros vizinhos sul-americanos são prioridades para o país.

Quais medidas de cooperação em segurança pública foram mencionadas?

Lula anunciou a reabertura da adidância da Polícia Federal em Quito e mencionou que já foram promovidos treinamentos sobre a investigação de crimes financeiros. Ele defendeu que não é necessário classificar organizações criminosas como terroristas para combater o crime organizado, ressaltando a importância da cooperação entre os países da América do Sul.

Quando e por quem foi anunciada a tarifa extra sobre produtos brasileiros?

A tarifa extra foi anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em julho, e começou a valer em 6 de agosto. A medida excluiu quase 700 itens brasileiros da tarifa adicional.

Como o governo brasileiro está lidando com os impactos da tarifa?

Desde o anúncio da tarifa, o governo brasileiro tem trabalhado para reduzir seus impactos, com negociações lideradas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que se reuniu com setores mais afetados, como o agronegócio.

Qual a importância do mercado americano para as exportações brasileiras?

Os Estados Unidos são um dos principais compradores dos produtos brasileiros. Em 2024, os embarques de café para os EUA somaram quase US$ 2 bilhões, representando 16,7% do total exportado pelo Brasil.

Quais setores serão afetados pela nova tarifa?

O setor frutícola e o setor de calçados serão afetados pela nova tarifa. Todos os calçados brasileiros passaram a estar sujeitos a uma tarifa de 50%, o que pode agravar a situação de um setor já pressionado pela concorrência global.

Houve isenções na regulamentação do tarifaço?

O decreto dos EUA que regulamentou o tarifaço prevê isenções específicas, como peças para a indústria de papel e celulose e itens voltados à aviação civil. No entanto, não houve uma isenção abrangente, e a maioria dos produtos será taxada integralmente.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.