Tebet diz que desconto em carros populares 'não basta' e apela para reforma tributária
Ministra diz que decisão da Volkswagen de interromper produção mostra que o país precisa fazer alterações no sistema tributário
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta quarta-feira (28) que o programa de descontos para carros lançado pelo governo federal não é suficiente para impulsionar as vendas do mercado e que é necessário aprovar a reforma tributária para aquecer o setor produtivo do país. Nesta terça-feira (27), a Volkswagen anunciou que vai interromper temporariamente a produção de carros no Brasil devido à estagnação do mercado. De acordo com Tebet, isso mostra que o governo federal precisa fazer um esforço para mudar o sistema tributário do país.
"[A interrupção] significa que isso [descontos para os carros] não basta, significa que nós não podemos ficar com remendos. Nós temos que mexer na base. E mexer na base significa mexer no sistema tributário brasileiro, com unificação de impostos. Tributar o consumo significa não estar fazendo bitributações ao longo do caminho. Temos que colocar o Brasil produtivo no mesmo grau de competitividade com o mundo competitivo. Isso passa, obviamente, pelo pagamento de impostos", disse a ministra em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto.
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Segundo Tebet, a reforma tributária é a "única bala de prata para resolver o problema do custo Brasil". A ministra ressaltou que a discussão sobre a reforma tributária nunca esteve tão madura e que é hora "de mudar esse sistema tributário, que é caótico".
"A reforma tributária é um dos pontos que precisam ser olhados com cuidado, especialmente para o setor de serviços, lá na ponta. As indústrias fecham no Brasil em função do custo do Brasil. Segurança jurídica, previsibilidade e credibilidade, nós já estamos dando. A equipe econômica está no caminho certo em relação ao fiscal, mas tem a parte tributária. E esta diminuição da carga tributária só vai acontecer com uma reforma", afirmou.