Torres depõe à PF nesta segunda sobre suposta interferência na PRF durante as eleições
Polícia Federal investiga se o ex-ministro pretendia atrapalhar a chegada de eleitores de Lula aos locais de votação no ano passado
Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
A Polícia Federal (PF) deve ouvir nesta segunda-feira (24) o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, preso desde 14 de janeiro por suposta omissão nos atos de vandalismo do 8 de Janeiro, em Brasília. Torres será ouvido na condição de declarante, e não como investigado.
O R7 apurou que o depoimento do ex-ministro e também ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal ocorrerá em um inquérito sobre uma viagem que fez às vésperas do segundo turno da eleição presidencial de 2022 e o suposto pedido à PF e à Polícia Rodoviária Federal (PRF) para que interferissem no fluxo de eleitores.
Na ocasião, Torres teria pedido pessoalmente à superintendência da PF da Bahia que atuasse em conjunto com a PRF para atrapalhar a chegada de eleitores do então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos locais de votação.
O depoimento foi solicitado pela própria PF e determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
A testemunha tem o dever de se manifestar sobre os fatos e acontecimentos relacionados ao objeto da investigação ligados ao então exercício da sua função pública que então exercia%2C devendo%2C contudo%2C ser assegurada a garantia de não autoincriminação.
"A oitiva de Anderson Torres, na condição de declarante, não objetiva mitigar a natureza voluntária da opção do indivíduo em prestar informações ou não em seu interrogatório, ou mesmo de colaborar de outras maneiras na produção probatória", diz o despacho da última quinta (20).