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R7 Brasília

Moraes mantém prisão preventiva do ex-ministro Anderson Torres

Nesta semana, a Procuradoria-Geral da República havia se manifestado a favor da revogação da prisão

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília

Anderson Torres está preso desde 14 de janeiro
Anderson Torres está preso desde 14 de janeiro

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes negou nesta quinta-feira (20) o pedido para revogar a prisão preventiva do ex-ministro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres.

Nesta semana, a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia se manifestado a favor da revogação da prisão. 

O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos condicionou a revogação ao cumprimento de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição a Torres de sair do Distrito Federal e de manter contato com outros investigados.

Na decisão, Moraes afirmou que a organização, a participação, o financiamento e o apoio aos atos praticados em janeiro configuram gravíssimos crimes, e, por isso, todos os envolvidos devem ser responsabilizados. 


A prisão preventiva de Anderson Torres foi decretada como medida razoável%2C adequada e proporcional para garantia da ordem pública com a cessação da prática criminosa reiterada e de novos planos ilícitos para a quebra da normalidade democrática%3B bem como para a necessidade da investigação criminal%2C pois presentes fortes indícios de que o investigado foi conivente com associação criminosa destinada à prática daqueles atos.

(Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal)

Segundo Moraes, a manutenção da prisão preventiva é importante porque há depoimentos de testemunhas e apreensão de documentos que apontam fortes indícios da participação de Torres na elaboração de uma suposta "minuta golpista" e em uma operação da Polícia Rodoviária Federal para tentar atrapalhar a participação popular no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. 

"Não bastasse isso, o requerente suprimiu das investigações a possibilidade de acesso ao seu telefone celular, consequentemente, das trocas de mensagens realizadas no dia dos atos e nos períodos anterior e posterior; e às suas mensagens eletrônicas. Somente — mais de 100 dias após a ocorrência dos atos e com total possibilidade de supressão das informações ali existentes — autorizou acesso às suas senhas pessoais de acesso à nuvem de seu e-mail pessoal", afirmou Moraes. 

O que diz a defesa

A defesa de Torres vai recorrer da decisão, mas afirmou que recebeu com serenidade e respeito a decisão de Moraes. "Reiteramos que o maior interessado no esclarecimento célere dos fatos é Anderson Torres", diz a nota, assinada pelo advogado Eumar Novacki.

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