‘Vai asfixiar associações idôneas’, diz ministro da Previdência sobre fim dos descontos associativos
Wolney Queiroz diz que o ‘Estado brasileiro falhou’ com os aposentados, mas não defende fim dos descontos
Brasília|Thays Martins, do R7, em Brasília

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, disse nesta sexta-feira (11) que caso o Congresso Nacional aprove o fim dos descontos associativos nas folhas de pagamento de benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) vai “asfixiar” as associações idôneas. O assunto é discutido em um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados.
O ministro afirmou que “tem dificuldade de condenar as associações” e que entre elas existem as que são benéficas aos aposentados e outras “picaretas”. “É justo colocar tudo em uma bacia?”, questionou Queiroz. A fala ocorreu durante participação no 20° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, em São Paulo.
Segundo ele, “existe um desejo da centro-direita de matar os sindicatos” e o que o fim dos descontos “atinge mortalmente” essas entidades.
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O ministro ainda admitiu que o “Estado brasileiro falhou” ao não detectar a fraude no INSS. “Os sinais de alerta não chegaram à Previdência Social, e foi graças a isso que houve essa escalada de descontos”, disse

Ele destacou que uma auditoria no INSS já tinha constatado fraudes, mas que essas informações não chegaram ao Ministério da Previdência Social. “Foi feita uma auditoria no INSS que já constatava muitas dessas fraudes, no entanto, eu só tive acesso depois da operação”, afirmou.
O ministro ainda disse que não havia motivos para desconfiar dos servidores públicos que ocupavam cargos no INSS. “As pessoas não têm na testa uma plaquinha de ladrão”, disse, destacando que todos os cargos de confiança eram ocupados por funcionários de carreira com “currículos invejáveis”.
Segundo Queiroz, o primeiro passo para que algo assim não volte a acontecer é assumir que houve um erro.
“Esse entendimento de que o Estado falhou é basilar para construir novos modelos”, afirmou. “Eu tenho a responsabilidade de dar a minha participação para que isso nunca mais volte a acontecer”, completou.
Como medida, ele disse que tem fortalecido a ouvidoria e a auditoria interna do ministério. Ele também destacou o trabalho da força-tarefa previdenciária, criada há 27 anos.
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