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R7 Brasília

Valdemar Costa Neto pede ao Supremo para voltar a ter contato com Bolsonaro

Também pediu a imediata restituição dos bens pessoais apreendidos no curso da investigação sobre suposto golpe

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em BrasíliaOpens in new window


A defesa do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para voltar a ter contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Costa Neto pede a revogação das medidas cautelares impostas e a imediata restituição dos bens pessoais apreendidos no curso da investigação.


O político alega que mesmo que tenha inicialmente figurado como um dos investigados sobre um suposto plano de golpe de Estado, foi excluído da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República. “Circunstância suficiente para fazer cessar toda e qualquer medida cautelar pessoal ou patrimonial decretada em seu desfavor”, diz a defesa.

A proibição partiu do ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a Operação Tempus Veritatis. A PF investiga a suposta organização de um golpe de Estado em 2022 em prol do candidato derrotado e ex-presidente, com a participação de ex-assessores, militares e Valdemar Costa Neto.


Na época, não havia mandado de prisão contra Costa Neto, mas ele foi detido em flagrante por posse irregular de arma de fogo. O papel de Costa Neto era de “principal fiador dos questionamentos” ao processo eleitoral, segundo aponta a investigação da PF. Ele seria peça-chave do chamado “Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral” do grupo criminoso.

As investigações apontam que o PL foi “instrumentalizado” para financiar e comandar a estrutura de apoio à suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo a PF, 16 militares são investigados por pelo menos três formas de atuação. A primeira é a produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto à segurança das eleições de 2022 para estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas.


Denúncia

Em 18 de fevereiro, a PGR denunciou 34 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Caso a denúncia seja aceita pelo STF, os denunciados se tornam réus e passam a responder penalmente pelas ações na Corte.

Então, os processos seguem para a fase de instrução, composta por diversos procedimentos para investigar tudo o que aconteceu e a participação de cada um dos envolvidos no caso. Depoimentos, dados e interrogatórios serão coletados neste momento.


Depois, o ministro responsável pelo caso produz um relatório. Na sequência, a Primeira Turma julga se condena os denunciados pela PGR.

Quem foi denunciado

Ao todo, 34 pessoas foram denunciadas por, supostamente, estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito.

Segundo a PGR, as peças acusatórias baseiam-se em manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens que revelam o “esquema de ruptura da ordem democrática”. Os documentos do órgão descrevem “a trama conspiratória armada e executada contra as instituições democráticas”.

Veja a lista de denunciados:

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros - ex-major do Exército e advogado;
  2. Alexandre Rodrigues Ramagem - deputado federal e ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
  3. Almir Garnier Santos - ex-comandante da Marinha de abril de 2021 a dezembro de 2022;
  4. Anderson Gustavo Torres - ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;
  5. Ângelo Martins Denicoli - major da reserva do Exército;
  6. Augusto Heleno Ribeiro Pereira - ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional;
  7. Bernardo Romão Correa Netto - coronel do Exército;
  8. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha - engenheiro especialista em segurança da informação;
  9. Cleverson Ney Magalhães - coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
  10. Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira - General de Brigada do Exército;
  11. Fabrício Moreira De Bastos - ex-comandante do 52º Batalhão de Infantaria de Selva em Marabá (PA);
  12. Filipe Garcia Martins Pereira - ex-assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República;
  13. Fernando De Sousa Oliveira - ex-número 2 da Secretaria de Segurança Pública do DF;
  14. Giancarlo Gomes Rodrigues - subtenente do Exército;
  15. Guilherme Marques De Almeida - tenente-coronel de Infantaria;
  16. Hélio Ferreira Lima - tenente-coronel;
  17. Jair Messias Bolsonaro - ex-presidente da República;
  18. Marcelo Araújo Bormevet - agente da Polícia Federal;
  19. Marcelo Costa Câmara - coronel do Exército;
  20. Márcio Nunes De Resende Júnior - coronel do Exército;
  21. Mário Fernandes - general da reserva;
  22. Marília Ferreira De Alencar - ex-subsecretária da SSP-DF;
  23. Mauro César Barbosa Cid - tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
  24. Nilton Diniz Rodrigues - general do Exército;
  25. Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho - neto de João Figueiredo, o último general presidente na ditadura militar;
  26. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira - general do Exército e ex-ministro da Defesa;
  27. Rafael Martins de Oliveira - tenente-coronel;
  28. Reginaldo Vieira de Abreu - coronel;
  29. Rodrigo Bezerra de Azevedo - tenente-coronel;
  30. Ronald Ferreira de Araújo Júnior - tenente-coronel;
  31. Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros - tenente-coronel;
  32. Silvinei Vasques - ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal;
  33. Walter Souza Braga Netto - general da reserva e ex-ministro da Defesa. Também foi candidato a vice-presidente em 2022;
  34. Wladimir Matos Soares - policial federal.

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