Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

‘Vamos respeitar a lógica empresarial’, diz nova presidente da Petrobras sobre dividendos

Magda Chambriard deu primeira entrevista coletiva nesta segunda (27); divisão de dividendos gerou crise que demitiu Prates da estatal

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

'Palavra-chave é conversa', diz Magda Rafael Pereira/Agência Petrobras - 27.5.2024

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, declarou nesta segunda-feira (27) que vai respeitar “a lógica empresarial” quando o assunto for a divisão de dividendos extraordinários aos acionistas da estatal. A nova presidente concedeu, nesta segunda (27), a primeira entrevista coletiva desde que assumiu o cargo. Magda foi indicada ao posto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 14 de maio e aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras na última sexta (24).

LEIA MAIS

“Vamos respeitar a lógica empresarial. Não há como gerir a Petrobras sem respeitar a lógica empresarial. Dando lucro, sendo tempestivo e atendendo a interesses, tanto dos acionistas públicos quanto dos privados, vamos fazer, agilizar isso nessa direção. A palavra-chave é conversa. Vamos ter que conversar muito, entender muito as demandas de cada um e colocar a Petrobras à disposição dos interesses dos seus acionistas, dentro da lógica empresarial”, afirmou, ao ser questionada sobre os dividendos.

Em relação aos investimentos da Petrobras em energias renováveis, Magda declarou que o movimento “vem com lógica negocial associada a um custo de oportunidade”. “Num mundo que está olhando para o net zero (compromisso de zerar as emissões dos gases do efeito estufa). Isso tem valor empresarial e atrai financiamentos mais baratos — o escopo é imenso. A gente tem tradição nesse ramo, que não é de agora. Nossa matriz é uma das mais limpas do mundo por conta da Petrobras, principalmente”, acrescentou.

Magda também reforçou a possibilidade de obter lucros a partir das fontes mais sustentáveis e reafirmou o interesse da Petrobras no assunto. “Eu refuto um pouco essa questão que a energia renovável dá prejuízo. Ela vai ter que ser encarada, a tecnologia vai chegando, porque o mundo está indo realmente para o net zero e isso é um compromisso da Petrobras, está no plano estratégico e não vamos mudar”, declarou, ao acrescentar que tudo isso será feito “obedecendo à lógica empresarial, claro”.


Dividendos e a saída de Prates

A divisão de dividendos gerou a crise que culminou na demissão de Jean Paul Prates, antigo dirigente da estatal, especialmente depois de o Conselho de Administração decidiu reter R$ 43 bilhões em lucros extraordinários obtidos pela empresa, em vez de repassá-los de imediato aos acionistas. Na ocasião, ele disse a investidores que preferia ter distribuído 50% do valor, mas foi voto vencido. No fim, o ex-presidente se absteve na votação.

A decisão de não distribuir os recursos foi uma orientação do próprio governo. Na votação do Conselho de Administração sobre o tema, cinco conselheiros indicados pelo Executivo e representante dos trabalhadores foram contra a distribuição. Os quatro representantes de acionistas minoritários votaram a favor da distribuição de 100%.

No dia da decisão, as ações fecharam em queda de 10,5%, o que significou perda de valor de mercado de R$ 55 bilhões em apenas um dia. Posteriormente, em abril, a companhia decidiu pagar 50% do valor aos acionistas.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.