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R7 Brasília

Vídeo exibe encontro entre suspeito pelo crime no AM e indigenista Bruno Pereira

Imagens da rede Al Jazeera mostram vigilantes indígenas no rio Itaquaí abordando embarcação de Amarildo Oliveira, o 'Pelado'

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Amarildo alegou que a área pertencia à comunidade e que não tinha 'nada a ver com indígena'
Amarildo alegou que a área pertencia à comunidade e que não tinha 'nada a ver com indígena'

Imagens publicadas pela rede Al Jazeera mostram uma antiga abordagem de vigilantes indígenas, entre eles o indigenista Bruno Pereira, a uma embarcação onde estava Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", no Vale do Javari, no Amazonas. Amarildo é um dos principais suspeitos de ter assassinado o indigenista e o jornalista britânico Dom Phillips.

As imagens (veja o vídeo abaixo) foram feitas há alguns meses pela jornalista brasileira Monika Kiev e pelo cinegrafista francês Jules Guepratte e divulgadas pela plataforma Headline. Na gravação, é possível ver a lancha da vigilância indígena, onde está Pereira, que faz parte da patrulha. Eles se aproximam da embarcação de Pelado e um dos membros, Joel Rodrigues, alerta o pescador sobre a promixidade com a terra indígena Vale do Javari.

"Essa área toda aqui é zona de pesca. Tu sabes disso. Essa área toda aqui é da comunidade. Não tem nada a ver com indígena, não. Vai tomar teu rumo aí", respondeu o pescador. "Quando eles estão pescando aí, eles sempre vêm aí no bagulho", completou.

De acordo com a publicação, o encontro ocorreu no rio Itaquaí, onde Araújo e Phillips foram vistos pela última vez, em 5 de junho. Os restos mortais encontrados nas buscas chegaram a Brasília nesta quinta-feira (16). Os corpos foram transportados de Atalaia do Norte (AM) para o Instituto de Criminalista da Polícia Federal, onde passarão por perícia para confirmação das identidades — os resultados devem ser divulgados na próxima semana.


Os remanescentes humanos foram encontrados por agentes depois que Pelado confessou ter matado Araújo e Phillips, esquartejado seus corpos e ateado fogos neles. Além disso, a PF informou que o criminoso indicou o local onde os corpos estavam enterrados — a mais de 3 km da margem do rio Itaquaí.

O irmão do Pelado, o também pescador Osoney da Costa, foi preso. Os dois foram vistos por testemunhas perseguindo a lancha dos profissionais. O superintendente da Polícia Federal, Eduardo Alexandre Fortes, afirmou que mais pessoas podem estar envolvidas no caso.


Imprensa internacional repercute assassinatos da Amazônia. Veja abaixo:

O caso

O jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira desapareceram em 5 de junho, quando realizavam entrevistas para a produção de um livro e reportagens sobre invasões das terras indígenas da região. Eles partiram rumo à cidade de Atalaia do Norte, mas não chegaram ao destino.


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Com 8,5 milhões de hectares, a terra indígena fica no extremo oeste do Amazonas, na fronteira com o Peru, e abriga ao menos 14 grupos isolados, a maior população indígena não contatada do mundo.

A área é a segunda maior terra indígena do país — atrás apenas da Yanomami, com 9,4 milhões de hectares — e tem acesso restrito, feito apenas por avião ou barco, já que a região não possui rodovias nem ferrovias próximas. O Vale do Javari é pressionado há anos pela atuação intensa de narcotraficantes, pescadores, garimpeiros e madeireiros ilegais que tentam expulsar povos tradicionais da região.

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