Violência doméstica: projeto que obriga agressor a ressarcir vítima é aprovado no DF
Custos com tratamento médico, psicológico, odontológico, medicamentos, danos morais e outros devem ser indenizados
Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília
A CLDF (Câmara Legislativa do DF) aprovou nesta quarta-feira (27) um projeto de lei que obriga companheiros agressores de vítimas de violência doméstica a ressarcir os danos materiais e imateriais causados pelas agressões. A indenização é válida para todas as despesas que venham dos danos e deve ser paga de forma integral.
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São listados como custos dignos de compensação:
- tratamento médico, psicológico e odontológico;
- medicamentos;
- fisioterapia;
- terapia ocupacional;
- próteses e órteses;
- danos materiais à propriedade da vítima;
- lucros cessantes;
- pensão alimentícia, em caso de incapacidade para o trabalho;
- e danos morais.
O valor correspondente aos danos morais deve ser fixado por um juiz “considerando a gravidade da violência, a intensidade do sofrimento da vítima, a situação socioeconômica do agressor e as demais circunstâncias do caso”. O pedido de ressarcimento pode ser feito pela vítima na medida protetiva de urgência, na ação de divórcio, de separação judicial ou de anulação de casamento, ou em ação autônoma.
O deputado Hermeto (MDB), autor da proposição, afirma que o projeto “vai além da reparação financeira”. “É uma forma de responsabilizar o agressor diretamente por suas ações e garantir que a vítima tenha acesso ao tratamento e à recuperação sem carregar o peso econômico das consequências da violência que sofreu”, completa. Segundo o distrital, o ressarcimento desestimula a prática de violência doméstica.
Com a aprovação em plenário na CLDF, o projeto segue para sanção do governador Ibaneis Rocha.
Prisão a cada duas horas
Um levantamento da SSP (Secretaria de Segurança Pública) aponta que, a cada duas horas, um agressor é preso pelo crime na capital do país. Entre janeiro e setembro deste ano, 3.225 pessoas foram detidas. Geralmente, os crimes ocorrem durante a noite e aos fins de semana, e as principais vítimas são mulheres jovens, com idades a partir dos 18 anos.
Entre o período de janeiro a setembro dos anos de 2023 e 2024, 65,4% dos casos foram concentrados em dez principais regiões administrativas. Ceilândia está em primeiro lugar, com 2.025 casos até setembro deste ano. Seguido de Samambaia e Planaltina, com 1.218 e 1.205 ocorrências, respectivamente. Em 10ª posição está a região central de Brasília.