A CMO (Comissão Mista de Orçamento) reafirmou neste sábado (15) que está mantido o cronograma de votação do Orçamento de 2025 para a próxima semana. Apesar da previsão, o relator do projeto, senador Angelo Coronel (PSD-BA), ainda não protocolou o parecer final e pretende realizar a apresentação quando houver consenso para votar, o que pode atrasar a análise.Nos bastidores, Coronel quer alinhamento com os líderes em busca de acordo para que, na sequência, possa realizar a votação em plenário. Além disso, o relator estuda pedir quebra de interstício, o intervalo de tempo necessário entre etapas de um processo legislativo. A expectativa é que o texto seja protocolado entre segunda (17) e terça-feira (18).O Orçamento de 2025 deveria ter sido votado em 2024, mas o relator adiou a apresentação do parecer devido ao foco na aprovação de pautas econômicas no Congresso, como os ajustes do pacote de corte de gastos do governo federal.Na terça-feira (18), o colegiado deve analisar o relatório na CMO. O relator espera votar o parecer na comissão na manhã da quarta-feira (19) e, no Congresso, à tarde. Já o governo acredita que o Congresso só deve votar a peça na quinta-feira (20).Apesar da vontade de realizar a votação até quinta-feira (20), por riscos de comprometer planejamentos do governo, a possível ida dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ao Japão pode atrasar o fechamento do acordo. Os líderes devem fazer uma viagem oficial para acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre os dias 24 e 27 de março.A expectativa é que Motta e Alcolumbre componham a comissão de Lula. Caso isso ocorra, a possibilidade é que o cronograma de votação fique entre os últimos dias de março e começo de abril.Ao R7, o Coronel afirmou que caso não encontrem um consenso até terça-feira, é provável que a votação seja feita após o retorno dos presidentes. Segundo o relator, novos pedidos de inclusão pelo governo atrasam o andamento do processo. Como exemplo, Angelo citou o novo ofício pedindo a inclusão de R$ 150 milhões para o Banco Central. “Então, cada hora que chega um fato novo, um ofício novo, isso atrasa. Mas de qualquer maneira acredito que deveremos botar ou quinta, ou logo no início do mês seguinte”, disse. Entre os planejamentos do governo que podem ser comprometidos com o atraso está a execução de programas sociais como o auxílio gás, por exemplo. A análise é uma ponderação interna da equipe técnica do Ministério da Fazenda, conforme apurou a reportagem.Em meio às incertezas, um comunicado de adiamento chegou a ser divulgado em grupos internos de parlamentares, mas foi posteriormente negado pela assessoria de Motta.“Qualquer alteração no calendário será realizada em acordo com o relator-geral e comunicada oficialmente. Atualizações sobre o andamento da tramitação serão divulgadas no site oficial da CMO”, diz o comunicado oficial divulgado à imprensa pela assessoria da comissão.