Assim como em 2016, a F150 Raptor é mais uma vez a atração da Ford no Salão do Automóvel de São Paulo. E mais uma vez a ‘bruta’ veio somente para passear pelo Expo São Paulo, já que não será comercializada oficialmente pela marca no Brasil. O legal, desta vez, é que a Webmotors teve a oportunidade de ter um contato exclusivo com uma das mais desejadas entre os ‘picapeiros’ no campo de provas da Ford em Tatíuí, interior de São Paulo.
De cara, a Raptor impressiona pelo porte. É uma F-150! É gigantesca! São 5,89 metros de comprimento, sendo 3,70 metros de distância entre os eixos — 16 centímetros maior que um Fiat 500. De altura é 1,99 metro e de largura, não se assuste, 2,19 metros, com os espelhos retrovisores. Um verdadeiro terro para os motociclistas que andam no corredor. Já a caçamba tem uma capacidade volumétrica de 1.495 litros — mas falamos depois do espaço lá atrás...
RINOCERONTE
Sob o capô desta dianteira doutrinadora está um moderno 3.5 V6 Turbo a gasolina, com injeção direta de combustível, que entrega impressionantes 456 cv de potência máxima e torque descomunal de 70,5 kgf.m – e não poderia ser diferente, afinal, estamos falando de um veículo de trabalho que descarregado pesa 2.582 quilos. A transmissão é de carro de altíssima performance. É um automático de 10 marchas (conversor de torque), exatamente o mesmo que hoje está no Mustang vendido no Brasil e no renovado Chevrolet Camaro que está no Salão.
A velocidade máxima não é impressionante: 160 km/h. Já a aceleração de 0 a 100 km/h é de fazer inveja a alguns que se dizem esportivos: 6,1 segundos. O consumo de combustível decepciona, apesar de o Start/Stop estar lá para dar uma amenizada na ‘orgia etílica’, fazendo 4,5 km/l na cidade e 7,4 km/l na estrada.
E para explorar este conjunto mecânico, a Raptor trabalha com seis modos de condução, que podem ser selecionados por meio do grande volante multifuncional. São eles: normal, esporte, chuva/neve, lama/areia, rocha e baja. Nesse último, além do bloqueio mecânico da tração 4x4, as respostas de acelerador, câmbio e turbo são otimizadas para aumentar a capacidade off-road. Entenda ‘capacidade’ como sinônimo de ‘diversão’.
O ‘motora’ também pode escolher por meio de um seletor o tipo de tração que deseja utilizar. 4x2 (torque nas rodas traseira), 4x4 A (funciona sob demanda, distribuindo a força entre as rodas de acordo com a necessidade), 4x4 (permanente), Reduzida – além da opção de bloquear o diferencial traseiro.
MAMUTE
Acha a Ford Ranger cabine dupla espaçosa? Então vai achar a Raptor de outro mundo! O interior leva cinco pessoas com muito conforto. Sem joelhos raspando no banco dianteiro, cabeças no teto e ombros espremidos para os que viajam no banco traseiro. Ponto positivo para a tomada de 230 volts disponível para aqueles que vão atrás, assim como a tomadinha do ‘acendedor’ de cigarros e duas entradas USB – isso sem contar a saída de ar.
Quem viaja na frente parece estar em duas poltronas de casa. É possível ficar horas dirigindo – o problema é que de tão confortáveis, pode gerar um relaxamento elevado. Revestidos em couro, ambos têm aquecimento e resfriamento – aliás, o assento traseiro também tem aquecimento. O banco do motorista tem ajustes elétricos, assim como a coluna de direção (regulagens de altura e profundidade). Apesar de ser ‘GG’, a Raptor veste muito bem quem é tamanho ‘M’ como eu ou mesmo os menorzinhos, tamanho ‘P’. Destale: as pedaleiras têm ajuste elétrico também de altura.
CHEGA AO BRASIL?
A resposta para a pergunta acima é: Não! Esta é a segunda edição que a Raptor está no Salão. É um carro muito complicado de trazer por questões de custo e também operação, especialmente no que se refere ao obrigatório pós-venda. Podemos, no entanto, ter esperança. Afinal, a Ford trouxe por várias edições o Mustang, sempre negou sua importação oficial, mas agora, depois de muito tempo, o pony car está entre nós.