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Assembleia Legislativa do Ceará vota medidas para reduzir violência

Entre as medidas, estão a convocação de policiais da reserva, aumento na quantidade de horas extras pagas a policiais e a criação da lei da recompensa

Cidades|Do R7

Explosão derruba torre de transmissão de energia em Maracanaú (CE)
Explosão derruba torre de transmissão de energia em Maracanaú (CE) JARBAS DE OLIVEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

No mesmo dia em que suspeitos explodiram uma torre de transmissão de energia em Maracanaú, na Grande Fortaleza, a Assembleia Legislativa do Ceará deve se reunir, em sessão extraordinária para votar um pacote de medidas anunciadas na sexta-feira (11) pelo governador Camilo Santana, para diminuir a onda de violência que atinge o estado.

Entre as medidas, estão a convocação de policiais da reserva; aumento na quantidade de horas extras que podem ser pagas a policiais civis e militares, além dos bombeiros e a criação da lei da recompensa, que prevê pagamento em dinheiro pelo Estado por informações da população que resultem na prevenção de atos criminosos e prisões.

Leia mais: Ceará quer lei para dar recompensa por informações sobre ataques

A polícia militar do Ceará registrou dois novos ataques no Estado na madrugada deste sábado. Uma explosão derrubou uma torre de transmissão da empresa Sistema de Transmissão Nordeste (STN), em Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza. Outra detonação atingiu o pátio de uma concessionária de veículos, danificando alguns automóveis.


Este é o 11º dia de ataques atribuídos a facções criminosas no Ceará. Ao todo, foram registradas 194 ataques desde o dia 2, que atingiram desde viadutos até ambulâncias, ônibus e delegacias. Segundo a polícia militar, 319 pessoas foram detidas desde então.

Leia mais: Ônibus queimados e ataques completam uma semana no Ceará


Explosão na torre

No 11º dia consecutivo de violência no Ceará, suspeitos explodiram uma torre de transmissão de energia na cidade de Maracanaú, na Grande Fortaleza, na madrugada deste sábado (12).


Por volta da 1h da manhã, moradores relatam ter escutado uma forte explosão e um apagão afetou ruas e avenidas de Maracanaú. A torre de transmissão de energia atacada pertence à Companhia Hidrelétrica do São Francisco.

O apagão teria durado cerca de 25 minutos e o fornecimento de energia foi restabelecido gradativamente. A polícia chegou ao local para atender a ocorrência na BR-020, que liga a capital, Fortaleza, a região metropolitana.

A rodovia ficou interdiatada por algum tempo e uma equipe de esquadrão antibomba também foi acionada. Como o terreno era escuro e havia risco de choque, não foi possível a retirada de todos os explosivos. Até o momento, não há registro de feridos, já que o local era considerdo de difícil acesso.

Onda de violência

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De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, chega a 319 o número de pessoas presas ou apreendidas por participação nos atos criminosos registrados no Ceará. O balanço corresponde às detenções até as 17 horas desta sexta-feira (11).

Os ataques a instalações, ônibus e prédios públicos tiveram início após a declaração do novo secretário de Administração Penitenciária do Estado, Luís Mauro Albuquerque, que afirmou não reconhecer facções criminosas no estado. Ele disse que a divisão de presos em unidades prisionais não irá mais obedecer a distribuição por vínculos com organizações criminosas.

O governador Camilo Santana, que assumiu na terça-feira (1°) o segundo mandato para o qual foi reeleito em outubro de 2018, havia dito em janeiro do ano passado que, das 441 mortes registradas nos primeiros 29 dias de 2018, 84% eram vinculadas às facções criminosas. O principal grupo criminoso do Ceará é o GDE (Guardiões do Estado) que atua junto ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Além desses, há grupos da facção CV (Comando Vermelho) no estado.

A crise na segurança pública também teria sido motivada apreeensão de 400 celulares em presídios do estado. Os aparelhos teriam facilitado as ordens para rebeliões. Desde a quarta-feira (2), foram registrados cerca de 100 ataques em todo o Estado. Em represália, as autoridades responsáveis cancelaram visitas nos presídios e retiraram televisões.

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