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Brasil registra aumento na seca, e média de dias seguidos sem chuva sobe para 100 em 60 anos

Análise foi feita com base em média de dias seguidos com precipitação inferior a 1 mm; período analisado foi entre 1961 e 2020

Cidades|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

Entre janeiro e agosto deste ano, Brasil reconheceu 940 pedidos de emergência Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Em 60 anos, o número de dias seguidos sem chuvas no Brasil subiu de 80 para 100, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) observados no período de 1961 a 2020. A análise foi feita com base em média de dias seguidos com precipitação inferior a 1 mm.

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De acordo com o levantamento, entre 1961 e 1990, o território brasileiro ficou em média de 80 a 85 dias seguidos sem chuva. De 1991 e 2020, no entanto, a média subiu para 100 dias, principalmente nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do país.

“Foi demonstrado que quase todas as regiões do país experimentaram um aumento significativo na frequência dos dias consecutivos secos desde 1960. Estamos vivenciando períodos de seca mais prolongados”, disse o pesquisador do Inpe Lincoln Alves, responsável pelo estudo.

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O pesquisador destacou, ainda, que apesar de o Brasil naturalmente ter períodos mais secos, o aumento de 20 dias na média de período sem chuvas indica uma tendência que sugere o “agravamento contínuo dos impactos climáticos, afetando a disponibilidade de recursos hídricos, a agricultura e a biodiversidade”. Segundo o Inpe, longos períodos sem chuva podem se tornar mais frequentes devido ao aquecimento global.

Para a análise, o Inpe considerou dados de 1.252 estações meteorológicas para construir as séries de temperatura máxima e 11.473 pluviômetros para informações de precipitação. A partir disso, foram analisadas as temperaturas máximas, ondas de calor e índices de chuva.


Seca no Brasil

Entre junho e julho, a seca se intensificou em todas as regiões do país, com registros extremos em estados da região Norte. Os dados são do Monitor de Secas da ANA (Agência Nacional de Águas), que mostram que todas as regiões têm registro de seca e que em 15 estados o fenômeno ficou mais severo de um mês para o outro.

Segundo os dados da ANA, de junho para julho a seca avançou no Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Tocantins (leia mais aqui).


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