Homem considerado o 'número 2' do PCC é transferido para o presídio onde está Marcola
Gilberto Aparecido, mais conhecido como Fuminho, foi preso em 2020, após ter passado 21 anos foragido da Justiça
Cidades|Isabelle Amaral, do R7
Gilberto Aparecido dos Santos, de 53 anos, mais conhecido como Fuminho e apontado pela polícia como o "número 2" do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi transferido do Presídio Federal de Mossoró (RN) para a Penitenciária Federal de Brasília (DF), na última semana.
Agora, o condenado, que ficou 21 anos foragido da Justiça e foi preso em abril de 2020, cumpre pena no mesmo lugar em que está Marcos Williams Herbas Camanho, o Marcola, líder máximo do PCC, considerada a maior facção criminosa do Brasil.
A informação da transferência foi confirmada ao R7 pelo advogado de Fuminho, Ércio Quaresma. Segundo o defensor, apesar da afirmação das autoridades públicas de que seu cliente é uma das principais lideranças do PCC, não há provas que o vinculem à facção.
"Eles [as autoridades] falam isso para fazer alardes, para fazer ele ser preso em presídios federais, mas nunca conseguiram provar porque não tem o que provar", disse Quaresma.
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O advogado ainda afirmou que o presídio onde o acusado está preso tem um "sistema rígido e absurdamente controlado", para ressaltar que o contato dele com Marcola possivelmente será mínimo.
Além disso, o líder maior do PCC deve ser transferido para outra unidade de segurança máxima. Porém, o novo endereço e a data não foram divulgados. A medida ocorre depois que o setor de inteligência das penitenciárias federais identificou um plano em andamento para sequestrar e matar policiais penais federais.
Como Fuminho foi preso?
Antes de ser detido, Gilberto Aparecido dos Santos estava na lista do Ministério da Justiça e Segurança Pública como um dos criminosos mais procurados do Brasil.
Ele foi preso em 13 de abril de 2020, em Maputo, capital de Moçambique, na África. O homem voltou ao Brasil em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira).
Para especialistas em segurança pública, a prisão de Santos foi um "terremoto para o equilíbrio interno do PCC", uma vez que os negócios da facção já haviam sido impactados com a pandemia de Covid-19.
No momento da prisão, Fuminho estava em um condomínio da capital moçambicana. O acusado foi capturado por meio de uma ação conjunta da PF com o DEA (Órgão de Combate às Drogas, na tradução do inglês), do Departamento de Justiça dos EUA, e a polícia do país africano.
As investigações da PF mostram que Fuminho é o braço-direito de Marcola. Ele estava foragido das autoridades brasileiras havia 21 anos.
Fuminho foi denunciado à Justiça como o responsável por mandar matar Rogério Jeremias de Simone, Gegê do Mangue, e Fabiano Souza, o Paca, em fevereiro de 2018, em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza. Parte da cúpula do PCC, a dupla era suspeita de desviar dinheiro da organização criminosa.
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