Pará inicia rastreamento de bois com chip para garantir cadeia livre de desmatamento ilegal
A região possui o segundo maior rebanho do Brasil, com 24,84 milhões de cabeças em cerca de 165,9 mil propriedades.
Cidades|Rafaela Soares, do R7, em Brasília
O governo do Pará lançou um projeto para rastrear bois para garantir uma cadeia de produção de carne livre de desmatamento ilegal. O projeto-piloto acompanhará os animais desde o nascimento até o abate, promovendo maior controle e atendendo aos requisitos de mercados mais exigentes. A região possui o segundo maior rebanho do Brasil, com 24,84 milhões de cabeças em cerca de 165,9 mil propriedades. O “brinco” utilizado no rastreamento coleta dados sobre desenvolvimento, desempenho reprodutivo e outras características, permitindo identificar fornecedores com melhor genética.
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Marina Guyot, gerente de Políticas Públicas do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), destaca que a iniciativa é um avanço histórico e necessário para o setor. “Atualmente, com base nos dados do Cadastro Ambiental Rural e das Guias de Trânsito Animal, os frigoríficos conseguem controlar apenas a ponta da cadeia de fornecimento, isto é, as fazendas de onde os animais saem para o abate. Com esse novo sistema, será possível traçar toda a trajetória de cada animal e descartar que tenha nascido ou sido engordado em uma propriedade com ilícitos socioambientais e desmatamento”, explica.
O sistema também permitirá um melhor controle sanitário, registrando vacinação e doenças, o que facilita intervenções rápidas em casos de problemas no rebanho. Além disso, permitirá que os produtores aprimorem a gestão de seu gado.
“O engajamento da cadeia pecuária na promoção da regularidade e no combate ao crime ambiental é crucial para avançar na restauração florestal e no combate ao desmatamento, complementando as atividades de comando e controle. Essas medidas contribuem para paisagens menos suscetíveis à degradação, preservando o ciclo hídrico e reduzindo o risco de queimadas”, conclui Guyot.