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Rio Paraguai fica 3 metros abaixo do esperado para junho, e seca agrava situação do MS

Baixo índice de chuva e altas temperaturas pioraram seca no Pantanal; estado está em situação de emergência

Cidades|Iasmim Albuquerque*, do R7, em Brasília


Pantanal pode sofrer a pior seca da história em 2024 Joédson Alves/Agência Brasil

O nível do Rio Paraguai está mais de 3 metros abaixo do esperado para junho nos municípios de Ladário e Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul. O registro da principal bacia do Pantanal nas duas cidades foi de 106 cm e 196 cm, respectivamente. O dado é referente ao último boletim de alerta hidrológico, divulgado na quarta-feira (26) pelo SGB (Serviço Geológico do Brasil).

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Nível do rio pode piorar nos próximos meses Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Paraguai/SGB

O pesquisador em geociências do SGB, Marcus Suassuna, explicou que a seca é resultado das poucas chuvas programadas para acontecer entre outubro de 2023 e abril de 2024.

“As chuvas observadas foram muito aquém do esperado durante toda a estação chuvosa, o que fez com que a recarga de água nos rios e lagoas do Pantanal não ocorresse da forma esperada. Diante disso, o Rio Paraguai começou a baixar muito cedo. Esse cenário de seca que vemos em junho é típico de agosto ou setembro. Neste período, lagoas e rios deveriam estar ainda cheias”.

A instituição alertou em fevereiro que o Pantanal poderia passar por uma das piores secas já registradas na história. O monitor de Secas da Agencia Nacional de Águas e Saneamento Básico indica que em Mato Grosso do Sul a área com estiagem aumentou de 79% em abril para 85% em maio deste ano. No mesmo período, a área de seca no Mato Grosso chegou a 85%, mantendo uma estabilidade entre os meses.


De acordo com as projeções do SGB, o rio na cidade de Ladário pode atingir uma cota que varie entre -32cm e -61cm, nível registrado, respectivamente, em 2020 e 2021, ano com o cenário mais grave.

Situação de Emergência

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional reconheceu situação de emergência em doze cidades do Mato Grosso do Sul, nessa quinta (27) . Os municípios são Aquidauana, Bodoquena, Bonito, Corumbá, Coxim, Deodápolis, Douradina, Dourados, Naviraí, Nioaque, Porto Murtinho e Sidrolândia.


Em 2024, o Pantanal teve a maior quantidade de focos de incêndio já registrada desde 1998. Entre 1º de janeiro e 23 de junho deste ano, foram detectadas 3.262 queimadas, número 22 vezes maior que o registrado no mesmo período do ano passado (+2.134%), segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

“Esse ano já é muito grave do ponto de vista hidrológico, e o cenário piora com os incêndios florestais”, disse o pesquisador do SGB.


Combate aos incêndios

O governo enviou 80 agentes da Força Nacional para combater incêndios no Pantanal, sendo metade do efetivo composto por bombeiros. O restante da equipe ajudará, também, no enfrentamento ao desmatamento, à invasão de áreas federais e à extração ilegal de minério e madeira. Algumas unidades federativas também têm contribuído com o envio de ajuda para auxiliar nas queimadas.

*Sob supervisão de Fausto Carneiro

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