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Aliciamento de crianças, estelionato e psicopatia: quem é a suspeita de envenenar mãe e filho em GO

Amanda Partata Mortoza, de 31 anos, fingia ser psicóloga e teria praticado outros crimes, segundo a polícia

Cidades|Do R7, com informações do Estadão Conteúdo

Amanda Partata Mortoza foi presa na última quarta (20)
Amanda Partata Mortoza foi presa na última quarta (20)

"Psicóloga, terapeuta cognitivo-comportamental, advogada aposentada, leitora, viajante e mãe."

É assim que Amanda Partata Mortoza, de 31 anos, a mulher suspeita de ter matado o ex-sogro e a mãe dele, descreve-se nas redes sociais.

O delegado do caso, Carlos Alfama, informou, em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (21), que Amanda atuava ilegalmente como psicóloga.

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Segundo o Conselho Regional de Psicologia de Goiás (CRP-GO), ela não tem registro profissional ativo no banco de dados.


Amanda também forjou estar grávida do ex-companheiro, Leonardo Filho, para manter um vínculo com ele, de acordo com a polícia.

Segundo o delegado, essa não foi a primeira vez que ela inventou uma gestação para forçar um relacionamento.

Perfil 'psicopata'

Amanda Partata nega o crime e diz amar a família das vítimas
Amanda Partata nega o crime e diz amar a família das vítimas

Alfama avalia o comportamento de Amanda como o de "uma psicopata". "Há denúncia de estelionato e de que atuou como estagiária de psicologia de uma escola, aliciando crianças de 10 a 16 anos para a prática de condutas sexuais e o consumo de bebidas alcoólicas”, afirmou o delegado.

"Ela tem personalidade extremamente voltada ao crime. Usava a tecnologia para forjar relacionamento afetivo com as vítimas. Forjou personalidade dócil e era dissimulada. Na minha percepção, a motivação do crime foi o sentimento de rejeição que ela teve. As ameaças começaram quando a relação estava indo por água abaixo”, completou.

A polícia identificou que a advogada ameaçava o ex havia algum tempo por meio de perfis falsos nas redes sociais. Segundo o delegado, as mensagens de ódio começaram no dia 27 de julho, pouco após o término deles.

Relembre o caso

Mãe e filho passaram mal e morreram após comer um bolo de pote de uma loja de doces em Goiânia, no último domingo (17).

Luzia Tereza Alves, de 86 anos, e Leonardo Pereira Alves, de 58, vomitaram e tiveram dores abdominais e diarreia três horas depois do consumo da sobremesa, comprada pela ex-nora do homem.

Amanda, que estava hospedada em um hotel em Goiânia, foi a uma padaria comprar os alimentos que levou para o café da manhã. Ela então voltou para o hotel e depois foi à casa da família do ex, por volta das 10h do domingo, onde ficou até as 13h.

Na mesa estavam Amanda, Leonardo Alves, a mãe dele, Luzia Tereza Alves, e o pai dele, que a polícia identificou como João.

O idoso ainda não deu depoimento, mas a polícia foi informada de que ele não consumiu nada no café. Antes mesmo de Amanda ir embora, o ex-sogro começou a passar mal.

Amanda voltou para Itumbiara, cidade de Goiás onda mora, logo que saiu da casa do antigo namorado e, no caminho, recebeu mensagem do ex-sogro na qual ele a orientava a buscar atendimento médico, porque ele suspeitava de que a comida estava estragada.

A primeira suspeita da família foi de intoxicação alimentar. A polícia logo descartou essa possibilidade, porque, segundo o delegado, a intoxicação ocorre de forma diferente em cada pessoa — e Leonardo e Luzia tiveram a mesma evolução. Além disso, o período entre o consumo do alimento e a morte seria mais longo no caso de uma intoxicação.

Leonardo começou a passar mal por volta das 13h e morreu à noite. Já a mãe dele chegou a ser internada em UTI, mas morreu de madrugada. Amanda só foi ao hospital à meia-noite, após saber da morte do ex-sogro.

Os exames para comprovar a presença de veneno nos produtos consumidos no café da manhã e a necrópsia dos corpos continuam em andamento.

Amanda foi presa em uma clínica psiquiátrica em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital, na noite da última quarta-feira (20). Segundo o delegado, ela teria sido internada pela família por volta do meio-dia da quarta, após ter tentado se matar com medicamento e acetona.

O delegado investiga outros supostos crimes praticados por Amanda em Itumbiara e nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Agora ela é investigada por duplo homicídio qualificado.

O que diz Amanda?

Ao ser presa, a advogada afirmou não ter "feito isso" e disse que "amava a família". 

Ainda na noite de quarta, o advogado da suspeita, Carlos Marcio Macedo, negou, em entrevista à imprensa, participação da cliente nas mortes.

Ele disse ainda que Amanda estava internada em um hospital na hora da prisão.

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