Seis em cada dez pontos críticos de estradas estão em rodovias federais, aponta CNT
Os estados com o maior número de problemas, considerando gestões estaduais e federais, são Minas Gerais, Roraima e Ceará
Cidades|Do R7

O painel “Os Pontos Críticos nas Rodovias Brasileiras”, mantido pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), revelou que seis em cada dez pontos críticos em estradas brasileiras foram encontrados em rodovias sob gestão federal. Os dados, atualizados em dezembro do ano passado, mostram que, ao todo, 2.446 ocorrências foram registradas no ano.
Os estados com o maior número de problemas, considerando gestões estaduais e federais, foram Minas Gerais, Roraima e Ceará.
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A confederação explica que “ponto crítico” é toda ocorrência atípica na infraestrutura da via que interfere na fluidez dos veículos, oferece riscos à segurança dos usuários, aumentando significativamente a possibilidade de acidentes, e pode gerar custos adicionais ao tráfego rodoviário.
Em 2024, técnicos da CNT percorreram 111.853 quilômetros, e as análises mostram uma diminuição dos pontos de atenção em comparação ao ano de 2023. Naquele ano, foram registrados 2.519 pontos críticos.
Por meio de nota, o Ministério dos Transportes afirmou que a metodologia utilizada pela pasta para análise das estradas é diferente.
“Em novembro de 2024, o Brasil alcançou a marca de 74,3% da malha rodoviária classificada como ‘Boa’, um salto significativo em relação aos 53% registrados em 2022″, argumenta o ministério, destacando que “tem investido de maneira contínua na melhoria das rodovias brasileiras” (leia no fim da matéria a nota completa).
Tipos
De acordo com a metodologia utilizada pela CNT, o monitoramento mostra as ocorrências por tipo, como buracos, erosões, queda de barreira e queda de estruturas.
Veja a seguir o resultado das análises:
Buraco Grande
A CNT define “buraco grande” como uma cavidade no revestimento asfáltico cujas dimensões são iguais ou maiores que o tamanho de um pneu de veículo padrão.
- Ocorrências: 1.748
Erosão na Pista
O termo “erosão na pista” se refere à ruína total ou parcial da pista de rolamento, ou do acostamento, comprometendo a estabilidade da via e a segurança dos usuários.
- Ocorrências: 356
Queda de Barreira
Situações de “queda de barreira” ocorrem quando há o deslocamento de material de encostas e taludes sobre a plataforma da rodovia, provocando a obstrução de um ou mais sentidos de circulação e/ou acostamento.
- Ocorrências: 202
Sinalização
Ainda segundo o painel, apenas 3,7% das rodovias analisadas têm sinalização adequada, enquanto 83,2% não possuem qualquer tipo de informação.
Acidentes
Entre novembro de 2023 e outubro de 2024, as rodovias federais brasileiras registraram 72.571 acidentes, aumento de 9,12% em comparação aos 12 meses anteriores.
Os acidentes em rodovias federais mataram 6.005 pessoas durante o período, (aumento de 8,8%) e feriram (leve ou gravemente) 83.950 pessoas.
Os dados são do Guia CNT de Segurança nas Rodovias Brasileiras 2025.
Segundo o documento, o tipo de acidente mais comum (60,8% do total) foi a colisão, com 44.151 ocorrências nesses 12 meses. Transitar na contramão foi a causa de mortes mais frequente, totalizando 879 casos (14,6% do total).
Ainda conforme o guia, a principal causa de acidentes foi a reação tardia ou ineficiente do condutor, com 10.822 acidentes, (14,9% do total).
Confira a nota completa do Ministério dos Transportes:
A metodologia utilizada pela entidade é diferente da adotada pelo Ministério dos Transportes. A pasta realiza a medição da qualidade das rodovias por meio do Índice de Condição da Manutenção (ICM) – ferramenta utilizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) nos mais de 60 mil quilômetros de rodovias sob sua administração. Essas medições são feitas mensalmente, de forma presencial, por equipes técnicas que avaliam de maneira objetiva a condição dos pavimentos e das sinalizações. A análise classifica o índice de cada rodovia como péssimo, ruim, regular ou bom.
Com essa metodologia, conseguimos monitorar com precisão e veracidade a evolução das condições das estradas. Em novembro de 2024, o Brasil alcançou a marca de 74,3% da malha rodoviária classificada como “Boa”, um salto significativo em relação aos 53% registrados em 2022.
Importante ressaltar que o Ministério dos Transportes tem investido de maneira contínua na melhoria das rodovias brasileiras. Entre janeiro de 2023 e outubro de 2024, foram destinados mais de R$ 20 bilhões exclusivamente para ações de manutenção, o que tem gerado resultados concretos e visíveis aos brasileiros que utilizam nossas estradas diariamente.
Informamos que, em relação aos pontos críticos apontados na Pesquisa da CNT nas rodovias federais (sob competência do DNIT), em outubro de 2024, o Ministério realizou monitoramento junto ao DNIT acerca do compromisso assumido pela autarquia de correção aos problemas levantados. Nesse cenário, naquela data o DNIT apresentou dados acerca das 1.720 patologias sob sua jurisdição, atualizados até setembro de 2024, de onde destacamos:
Até setembro de 2024, foram solucionados 1.053 pontos críticos, com 38 em fase de execução e 629 em fase de planejamento. Dos pontos críticos solucionados, 872 referem-se a “Buracos Grandes”. As patologias restantes, devido à sua complexidade, exigem um planejamento mais detalhado.
Considerando a urgência em resolver as patologias, especialmente os buracos grandes, que representam mais de 60% dos pontos críticos pendentes, até setembro de 2024, foram resolvidos 71% dos buracos grandes e 61% das patologias indicadas no Relatório CNT 2023.
É importante destacar que o DNIT segue atuando para solução dos pontos críticos e que novo monitoramento será realizado pelo Ministério para atualização das ações e dos resultados esperados na solução dos pontos críticos levantados pelas Pesquisas CNT.