A especialista em compliance Marcela Pedreiro afirmou nesta sexta-feira (10), em entrevista exclusiva ao Jornal da Record News, que as novidades no caso da aeronave Boeing 737 Max, envolvida em dois acidentes fatais em 2018 e 2019, podem atrapalhar a fusão da empresa norte-americana com a brasileira Embraer. “A comunidade europeia tem até abril deste ano para finalizar sua avaliação [sobre a fusão entre Boing e Embraer]. Creio que essas notícias poderão impactar negativamente”, afirma Marcela.Clique aqui para assistir à entrevista completa A fala da especialista leva também em conta a revelação de mensagens internas da Boeing publicadas como parte da investigação do Congresso e do Senado dos Estados Unidos a respeito dos acidentes envolvendo o modelo 737 Max. Nas conversas, técnicos e funcionários da empresa demonstram desconfiança em relação à segurança da aeronave. “A autoridade antitruste da comunidade europeia vai querer analisar a situação de possíveis corrupções e utilização de produtos mais baratos e não os necessários para a segurança do avião para baratear as aeronaves“.Outro lado Em pronunciamento, a Boeing afirmou que o conteúdo de algumas mensagens é "completamente inaceitável" e não representa os valores da empresa. A fabricante pediu desculpas à FAA, ao Congresso e aos seus clientes, ao mesmo tempo em que salientou que, desde então, tem feito mudanças significativas para garantir a sua segurança e processos organizacionais. Com relação às preocupações de segurança refletidas em alguns dos envios, a Boeing indicou que tem plena confiança de que os simuladores da Max estão funcionando corretamente após terem sido submetidos a mais de 20 avaliações regulamentares da Administração Federal de Aviação e de outros reguladores internacionais. Além disso, a empresa anunciou que tomará as medidas disciplinares adequadas em resposta às mensagens.