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Banco Central eleva para 2,9% projeção de crescimento do PIB neste ano

Expectativa apresentada pelo Relatório Trimestral de Inflação é 0,9 ponto percentual maior do que a estimativa de junho

Economia|Do R7

Safra recorde vai guiar alta do PIB de 2023, avalia BC
Safra recorde vai guiar alta do PIB de 2023, avalia BC

crescimento acima do esperado da economia brasileira nos primeiros dois trimestres fez o BC (Banco Central) elevar de 2% para 2,9% sua aposta de aumento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, de acordo com estimativas apresentadas nesta quinta-feira (28) pelo RTI (Relatório Trimestral de Inflação).

"A revisão decorre da elevada surpresa positiva no segundo trimestre e, em menor medida, de previsões ligeiramente mais favoráveis para a evolução da indústria, de serviços e do consumo das famílias no segundo semestre", afirma o documento.

Sob a ótica da oferta, o BC afirma que a revisão positiva reflete, principalmente, a elevação nas projeções para a agropecuária (de 10% para 13%), com melhora dos prognósticos de colheita de soja, de milho e de cana-de-açúcar, e o crescimento do abate de animais no primeiro semestre, maior do que o antecipado. Ainda assim, é estimada uma desaceleração do setor ao longo do segundo semestre.

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"Apesar da contribuição bastante positiva da agropecuária para o resultado do PIB no ano, o setor deve contribuir negativamente para as variações trimestrais do PIB ao longo do segundo semestre, sobretudo no terceiro trimestre, visto que a maior parte da colheita dos produtos com os maiores crescimentos anuais ocorreu na primeira metade do ano", afirma o RTI.


Para a indústria, a previsão foi alterada de 0,7% para 2%, com melhora nos prognósticos para a construção. Já para o ramo de serviços, responsável por 70% de toda a produção nacional, a projeção de alta foi revista de 1,6% para 2,1%, com melhora das expectativas para todas as atividades, com exceção de comércio, ainda bastante influenciado pelo desempenho da indústria de transformação.

A projeção para a variação das exportações em 2023 também foi revisada, de 3,7% para 6,7%, após prognósticos mais favoráveis para o embarque de produtos agropecuários e da indústria extrativa. A previsão para as importações, por sua vez, permanece estável em relação a 2022.


Para 2024, é projetado um crescimento de 1,8% da economia nacional. A estimativa leva em conta os avanços da agropecuária (+1,5%), da indústria (+2%) e dos serviços (+1,8%). "A base de comparação elevada de 2023, ano de safra recorde de grãos, contribui para a expectativa de alta mais modesta para a agropecuária em 2024", prevê o documento.

Demanda doméstica

A revisão do BC também considera alta nas previsões para o consumo da família e do governo e recuo na estimativa para o desempenho da FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo).

A elevação da renda das famílias no segundo trimestre, resultante de crescimento dos rendimentos do trabalho e de benefícios sociais, e o recuo na taxa de poupança dos consumidores também são citados como estímulos para a revisão.

Para os próximos meses, no entanto, espera-se moderação no ritmo de crescimento da renda das famílias, com menor contribuição de benefícios sociais. Ao mesmo tempo, o BC avalia com cautela o aumento dos pagamentos líquidos das famílias às instituições financeiras e os níveis de endividamento.

"Diante desse cenário, espera-se que o consumo das famílias continue avançando no segundo semestre, porém em menor ritmo do que o observado no primeiro", estima o Banco Central.

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