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Brumadinho e guerra comercial limitaram avanço do PIB em 2019

Crescimento de 1,1% do volume de bens e serviços produzidos no Brasil foi influenciado por acontecimentos internos e externos

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Expectativa inicial do governo previa alta de 2,4% do PIB
Expectativa inicial do governo previa alta de 2,4% do PIB

A economia brasileira cresceu 1,1% em 2019 e frustrou as expectativas iniciais da equipe econômica do governo, que assumiu o cargo com a previsão de que o PIB (Produto Interno Bruto) avançasse cerca de 2,4% na comparação com o ano anterior.

Na avaliação de economistas ouvidos pelo R7, o resultado aquém do esperado para a soma de todos os bens e serviços produzidos no País foi influenciado por acontecimentos internos e externos.

Sob o ponto de vista negativo, o crescimento foi limitado pelo rompimento da barragem de Brumadinho, a desidratação da reforma da Previdência, a crise na Argentina e a guerra comercial entre China e Estados Unidos.

Leia mais: Prévia aponta crescimento da atividade econômica em 2019


"O que contribuiu negativamente para a economia andar foi a situação da Argentina, que impactou muito a nossa atividade econômica, e as incertezas na reforma previdenciária. [...] O rompimento da barragem de Brumadinho teve um impacto limitado porque a Vale voltou a produzir", avalia o economista-chefe da Nova Futura, Pedro Paulo Silveira.

O resultado mantém o nível de crescimento econômico em torno de 1% registrado nos últimos três anos. O presidente do Cofecon (Conselho Federal de Economia), Antonio Corrêa de Lacerda, afirma que o dado é também representado pela ausência de uma política articulada para favorecer o aumento do PIB.


Veja também: PIB deverá crescer 'no mínimo' 2% em 2020, diz Guedes

“O desemprego ainda é muito elevado, o gasto público e investimento restritos e o crédito ainda muito caro. Isso não impulsiona a economia, porque o discurso das reformas e de ajuste fiscal não traz resultados no curto prazo”, afirma o presidente do Cofecon.


Para 2020, Lacerda prevê novamente um salto do PIB na casa de 1%. "O coronavírus impacta as exportações brasileiras, que são negativamente influenciadas pela queda no preço das commodities [produtos primários] e pela demanda internacional", analisa ele.

Até o momento, o governo mantém a projeção de crescimento da economia para este ano em 2,4%. O valor, no entanto, deve ser reduzido nas em breve diante do avanço da doença originada na China, segunda maior economia do mundo e principal parceiro comercial do Brasil.

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