Bruxelas vive jornada de paralisação por protestos contra novo governo
Economia|Do R7
Bruxelas, 6 nov (EFE).- Os protestos convocados nesta quinta-feira pelos três grandes sindicatos belgas contra as políticas sociais e trabalhistas do novo governo estão paralisando a capital, onde espera-se que confluam nas próximas horas mais de cem mil manifestantes. Os manifestantes iniciaram uma marcha desde a estação de trem no norte da capital e esperam alcançar a do sul de Bruxelas por volta das 11h (em Brasília) após atravessar o centro da cidade, informou a polícia belga em comunicado. A frente sindical formada pelos cristão democratas do CSC, os socialistas do FGTB e os liberais do CGSLB convocou todos os setores profissionais para uma manifestação contra as políticas trabalhistas e sociais da nova coalizão governamental de centro-direita, que é dirigida pelo liberal Charles Michel, menos de um mês depois do início de sua caminhada. Esses sindicatos convocaram a manifestação de hoje em meados de outubro contra o acordo alcançado pelos partidos que fazem parte da coalizão de governo e que inclui reformas nas previdências, paralisação da indexação salarial anual e uma forte redução dos investimentos, entre outros. Para os líderes sindicais, a greve generalizada desta quinta-feira é um "ato de resistência" contra o governo federal de Michel, que inclui os nacionalistas e separatistas flamencos da N-VA, e contra um acordo que consideram "antissocial, desequilibrado e injusto", segundo indicaram em várias ocasiões. As perturbações afetam o serviço de transporte público, incluindo ônibus, bondes e metrô de Bruxelas, da mesma forma que o serviço de táxis, e também a administração e os setores comercial e industrial, já que os protestos obrigaram a suspensão das atividades. O primeiro-ministro publicou um comunicado no qual indica que o Conselho de Ministros convida os representantes sindicais para "continuar o diálogo". Por sua vez, os sindicatos afirmaram que aceitam o convite do governo porque "nunca vamos rejeitar o diálogo", disse o presidente do CSC, Marc Leemans, ao jornal "Le Soir". A sociedade belga protagonizou outras duas manifestações nacionais em dezembro de 2011 e em fevereiro de 2013 em protesto contra as medidas de austeridade adotadas pelo anterior governo do ex-primeiro-ministro socialista Elio di Rupo. Di Rupo e vários membros do partido socialista belga anunciaram que participam também da manifestação contra as medidas do governo, segundo um comunicado da formação. Depois da manifestação de hoje, ocorrerão uma série de greves que serão realizadas nas províncias do país começando em 24 de novembro pelas convocadas em Liège, Luxemburgo, Limburgo e Antuérpia, para seguir em dezembro em Namur, Hainaut, Flandres Oriental e Ocidental, Bruxelas e os dois Brabantes, até desembocar em 15 de dezembro em uma greve geral. A coalizão governamental, que jurou o cargo em 11 de outubro, é formada pelo partido liberal francófono MR, liderado por Michel, e três formações flamencas (os nacionalistas do N-VA, os democratas-cristãos do CD&V e os liberais Open VLD). EFE emm-rja/ff (foto)