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Circuit breaker, um puxão de orelha que costuma funcionar na Bolsa

Ele foi acionado 17 vezes no Brasil: em 14 por apenas 30 minutos e em 3, por uma hora a mais. Em 12 momentos, o resultado foi positivo

Economia|Marcos Rogério Lopes, do R7

Investidor, você vai já pro castigo para pensar no que está fazendo de errado
Investidor, você vai já pro castigo para pensar no que está fazendo de errado Investidor, você vai já pro castigo para pensar no que está fazendo de errado

Até mesmo nas bolsas de valores tem uma hora que alguém precisa gritar mais alto: 'Para tudo, gente, vocês estão exagerando!' Esse momento nos pregões se chama circuit breaker, ou interrupção das negociações, em bom português.

O circuit breaker brasileiro é acionado quando a B3, administradora da Bolsa de São Paulo, vê as ações despencarem mais de 10%. Foi o que aconteceu nesta segunda-feira (9), dia em que papéis poderosos como o da Petrobras despencaram quase 30%.

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Os 30 minutos de "punição" impostos aos investidores servem como um puxão de orelha, mas também como uma pausa para pensarem até onde pretendem ir ao corroer o valor das ações. 

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Caso o descontrole persista e os papéis caiam mais de 15% ocorre uma nova parada, dessa vez de 1 hora.

Antes desta semana, tinham ocorrido 17 circuit breakers na história da bolsa brasileira: em 14 por apenas 30 minutos e em 3, por uma hora a mais. Em 12 momentos, o resultado se mostrou positivo, com quedas menores que 10% registradas no fim do dia.

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Não foi o que aconteceu ontem, no entanto, quando a B3 fechou com desvalorização superior a 12%.

Há ainda a chance de uma terceira e definitiva parada, por tempo indeterminado. Para isso é preciso que depois do segundo retorno o tombo supere 20%. 

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Fitas da JBS

Antes desta semana, a última vez que o mecanismo havia sido utilizado foi no dia 18 de maio de 2017. 

Naquele dia o jornal "O Globo" publicou a informação de que um dos donos da JBS, Joesley Batista, gravou o então presidente da República, Michel Temer, dando aval para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

O chacoalhão nos negociadores fez efeito, afinal a bolsa fechou em baixa de "apenas' 8,80%.

Bolha americana

Em 2008, durante a crise mundial iniciada em 2007 com o estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos, cinco circuit breakers foram feitos no Brasil, recorde em um único ano. 

Em 6 de outubro de 2008, o pregão foi travado uma segunda vez — e novamente valeu a pena: a variação no final do dia foi de – 5,43%.

Turbulência na Ásia

Em 1997, uma crise iniciada nos chamados tigres asiáticos derrubou a cotação das moedas dos países do continente e se estendeu ao restante do mundo. A onda negativa foi responsável por inaugurar o mecanismo no Brasil em 28 de outubro, um dia após o Ibovespa cair mais de 14%.

Os negócios foram interrompidos ainda em 7 e 12 de novembro daquele ano. A última foi um sucesso como medicamento para o abalo, encerrando o pregão negativo em somente 2,85%. 

Um ano depois, em 1998, a Rússia enfrentou sua primeira grande crise após a abertura da economia para o capitalismo. Com altas taxas de endividamento, desemprego e índices de crescimento pífios, a turbulência no país afetou a economia do mundo inteiro. Foram cinco interrupções das operações por baixa de 10%, sendo que no dia 10 de setembro o mecanismo foi acionado outra vez.

A data de 10 de setembro de 2008 é a pior da história da bolsa, com duas paralisações e um encerramento catastrófico com 15,82% de desvalorização.

Torres gêmeas

No dia 11 de setembro de 2001, quando as torres do World Trade Center de Nova York foram atingidas por terroristas, a Bolsa de Valores de São Paulo tomou uma atitude ainda mais grave que o circuit braker. 

Após perceberem que as ações nacionais se deterioravam, com redução de 9,17% em menos de uma hora, a antiga Bovespa seguiu a maior parte das bolsas do mundo e fechou as portas, abrindo as operações apenas no dia seguinte.

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