Com onda de calor, ONS prevê consumo de energia recorde de 81 GW em novembro
A estimativa é de crescimento de 13,3% em relação ao mesmo mês de 2022, também acima dos 11% projetados na semana anterior
Economia|Do R7
O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) estima que o Brasil deverá ter um consumo de energia de 81,438 GW (gigawatts) em novembro — um recorde histórico, segundo os dados disponibilizados nesta sexta-feira (17) em seu site. Com essa previsão, o indicador marcaria um crescimento de 13,3% em relação ao mesmo mês de 2022, acima dos 11% previstos na semana anterior.
Esse resultado é influenciado pela onda de calor que atinge boa parte do país, com temperatura acima dos 40°C em algumas regiões. Na última terça-feira (14), a carga de energia no Brasil (o consumo mais as perdas elétricas) bateu recorde e alcançou o pico de 101,475 GW, devido ao uso de mais equipamentos de refrigeração.
O efeito do clima é sentido especialmente no mercado regulado de energia, que compreende residências e pequenas empresas e comércios. O segmento responde por cerca de 65% da carga total do país.
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Já no mercado livre de energia, no qual atuam indústrias e grandes empresas, a demanda está mais atrelada ao desempenho dos diversos setores da economia, embora também haja influência do clima em menor grau.
Após anos de crescimento lento, a carga vem avançando em 2023, apoiada principalmente nos efeitos climáticos, com as ondas de calor registradas desde setembro.
Para o fechamento deste ano, a expectativa é que a carga no SIN (Sistema Interligado Nacional) cresça 3,5% em relação à do ano passado, a 74,69 GW, segundo a previsão mais recente elaborada em conjunto por ONS, CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) e EPE (Empresa de Pesquisa Energética).
Apesar do crescimento estrutural da carga, os volumes de energia consumidos no Brasil continuam muito abaixo do potencial e se equivalem, atualmente, à demanda de pico do Texas, um dos mercados mais dinâmicos de energia dos EUA.
Projeções para novembro
O ONS estimou que, no fim de novembro, os reservatórios das usinas do Sudeste/Centro-Oeste, o principal subsistema para armazenamento das hidrelétricas, deverão ficar em 64,3%, um pouco abaixo dos 66,3% previstos na semana anterior.
Embora os reservatórios estejam em níveis considerados confortáveis, já que em breve deve se iniciar o período chuvoso, o operador tem despachado usinas termelétricas para atender ao aumento rápido do consumo nos últimos dias.
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Em relação a chuvas, o órgão projetou que as hidrelétricas no Sudeste/Centro-Oeste receberão afluências equivalentes a 85% da média histórica de novembro, ante os 88% previstos na semana anterior.
As chuvas também deverão ficar abaixo da média histórica no Nordeste (44%, ante 43% estimados na semana anterior) e Norte (54%, ante 52%), mas vão superar a média no Sul (530%, ante 437%), como reflexo do fenômeno El Niño.