Com tarifaço assinado, CNI cobra diálogo urgente com os EUA e medidas internas de proteção
Entidade critica sobretaxa americana e pede mais articulação do governo brasileiro para preservar exportações e empregos
Economia|Do R7, em Brasília
RESUMO DA NOTÍCIA
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Diante da sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) afirmou nesta quarta-feira (30) que o momento exige uma reação firme baseada em negociação direta e de alto nível.
Para a entidade, é fundamental ampliar o diálogo com o governo norte-americano e evitar medidas unilaterais que aprofundem o conflito comercial entre os países.
“O momento não é de retaliação. É hora de ampliar os canais de diálogo e de negociação com os Estados Unidos”, afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Embora reconheça os impactos negativos da medida — que pode comprometer contratos, desorganizar cadeias produtivas e provocar perda de empregos —, a CNI rechaça qualquer resposta imediata de natureza punitiva por parte do Brasil.
A entidade cobra mais articulação institucional e diplomática, inclusive apontando fragilidades na condução brasileira do tema.
“Seguimos defendendo a negociação como forma de convencer o governo americano que essa medida é uma relação de perde-perde para os dois países, não apenas para o Brasil”, reforçou Alban.
Propostas para mitigar impactos
Com o objetivo de conter os danos econômicos e proteger empresas exportadoras, especialmente de pequeno e médio porte, a CNI entregou ao governo federal uma lista com oito propostas emergenciais.
Entre elas estão:
- Criação de linha de crédito emergencial via BNDES;
- Ampliação de prazos em operações cambiais e financiamentos de exportação;
- Prorrogação e parcelamento de tributos federais sem encargos;
- Aplicação de medidas antidumping rápidas em casos de desvio comercial;
- Pagamento imediato de ressarcimentos tributários acumulados;
- Elevação do Reintegra para 3%;
- Reativação do Programa Seguro-Emprego (PSE).
“Nossas propostas buscam mitigar os efeitos econômicos adversos aos setores afetados pelas barreiras, preservar a capacidade exportadora das empresas brasileiras e garantir a continuidade das operações internacionais em um cenário de alta imprevisibilidade”, destacou Alban.
Sobretaxa atinge setores estratégicos
Apesar de mais de 700 itens brasileiros terem sido poupados da nova tarifa, áreas-chave da pauta exportadora foram diretamente atingidas, como proteína animal, etanol, café, máquinas, equipamentos e diversos manufaturados.
Os produtos excluídos da cobrança adicional continuam sujeitos à tarifa anterior de 10%, em vigor desde abril.
A isenção se aplica principalmente a insumos destinados à aviação civil, além de setores como suco de laranja, minérios, equipamentos elétricos, fertilizantes e componentes tecnológicos.
CNI fará missão empresarial aos EUA
Como parte da resposta institucional, a CNI organiza uma missão empresarial aos Estados Unidos para reforçar o diálogo com empresas americanas e ampliar a conscientização sobre os prejuízos da medida, também para a economia dos EUA.
“Nosso papel é ser um facilitador e o nosso objetivo é sensibilizar as empresas para que elas sensibilizem o governo. As tarifas também vão afetar a economia americana”, disse Alban.
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