Comércio emprega mais de 10 milhões no Brasil, aponta IBGE
Pesquisa Anual do Comércio mostra que o número de funcionários do setor varejista cresceu 15,9% entre 2009 e 2018
Economia|Alexandre Garcia, do R7
As mais de 1,7 milhão de unidades comerciais instaladas no Brasil empregavam 10,2 milhões de pessoas em 2018, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira (26), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com a PAC (Pesquisa Anual do Comércio), o número de ocupados cresceu 15,9% na comparação com 2009, quando o comércio empregava 8,8 milhões de pessoas.
O estudo aponta ainda que os estabelecimentos comerciais instalados no território nacional pertencem a 1,5 milhão de empresas, que somaram R$ 3,7 trilhões de receita operacional líquida — lucros antes de juros, impostos, depreciação — entre janeiro e dezembro de 2018.
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Juntos, os comércios varejista e atacadista foram responsáveis por 90,7% da receita do segmento em 2018. Os 9,3% restantes surgiram pelo comércio de veículos, peças e motocicletas, segmento que perdeu 5,9 pontos percentuais de participação na comparação com 2009.
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Entre as atividades com maiores ganhos de participação no período de 10 anos, aparecem os hipermercados e supermercados, que aumentaram suas receitas operacionais líquidas de 10,5% para 13,2%, assumindo a primeira posição do ranking, antes ocupada pelo comércio de combustíveis e lubrificantes, que representava 11,5% do setor em 2018.
Também melhoraram o desempenho nos 10 anos finalizados em 2018 os segmentos de matérias-primas agrícolas e animais vivos (de 2,8% para 4,3%) e o comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas e fumo (de 3,1% para 4,1%). Por outro lado, perderam participação as áreas de peças para veículos (de 3,4% para 2,8%) e materiais de construção (de 3,8% para 3,3%).
Salários
Distribuídos entre o comércio de veículos, peças e motocicletas (8,9%), o comércio por atacado (16,6%) e o comércio varejista (74,5%), os 10,2 milhões de funcionários ocupados pelo setor em 2018 receberam um total de R$ 237,2 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.
O valor médio pago aos trabalhadores do setor representou 1,8 salário mínimo em 2018 (R$ 1.717). O montante é praticamente estável em relação à remuneração paga pelo segmento em 2009 (1,9 salário mínimo).
Entre os setores, o maior salário médio foi pago aos trabalhadores do comércio atacadista (2,8 salários mínimos). Na sequência, aparecem os profissionais do de veículos, peças e motocicletas (2 salários mínimos) e do comércio varejista (1,5 salário mínimo).
"Os salários nesse mercado são determinados tanto por componentes fixos quanto variáveis (comissões sobre as vendas, por exemplo), e são negociados por convenções coletivas de trabalho estabelecidas junto às entidades dos empregados no comércio, o que explica a relativa similaridade entre os seus componentes", avalia o IBGE em relação ao salário pago no segmento varejista.