Desigualdade no Brasil se mantém no maior nível desde 2012, diz IBGE
Índice que mede concentração de renda permaneceu em 0,509 no ano passado, após subir na passagem de 2017 para 2018
Economia|Alexandre Garcia, do R7
Após atingir em 2018 o maior nível de desigualdade desde 2012, o Brasil se manteve exatamente no mesmo patamar no ano passado, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (6), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os dados, colhidos a partida da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), mostram que o índice de Gini de rendimento médio mensal recebido a partir do trabalho fechou 2019 em 0,509.
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Desenvolvido pelo matemático italiano Conrado Gini, o índice de Gini mede distribuição, concentração e desigualdade econômica em determinado grupo. O indicador varia de 0 (perfeita igualdade) a 1 (máxima concentração e desigualdade).
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De acordo com o IBGE, a tendência de redução do indicador ente 2012 e 2015 não se manteve nos anos seguintes. “O índice voltou a aumentar para 0,501, valor no qual se manteve em 2017, chegando a 0,509 nos dois últimos anos da série”, aponta o estudo.
Na análise entre as regiões do Brasil, o Sul (0,451) e o Centro-Oeste (0,485) apresentaram as menores concentrações de renda 2019. Por outro lado, o Nordeste segue responsável pela maior desigualdade do País, com índice Gini em 0,531.
Na passagem de 2018 para 2019, as regiões Norte (de 0,517 para 0,504), Sudeste (de 0,508 para 0,504) e Centro-Oeste (de 0,486 para 0,485) melhoraram seus níveis de concentração de renda. Ao mesmo tempo, o Nordeste (0,520 para 0,531) e o Sul (de 0,448 para 0,451) amargaram um aumento da desigualdade.