Dólar cai após 7 altas e fecha a semana negociado a R$ 4,10
Alta de 0,45% levou a moeda norte-americana à maior valorização semanal desde novembro de 2016
Economia|Do R7
O dólar finalmente rompeu uma sequência de sete altas consecutivas e terminou a sexta-feira em queda, mas ainda no patamar de R$ 4,10, num movimento de correção favorecido pelo humor favorável no mercado externo mas que somente não foi maior pela cautela na seara eleitoral local.
No dia, a moeda norte americana recuou 0,45%, a R$ 4,1044 na venda, acumulando na semana valorização de 4,85%, maior ganho semanal desde novembro de 2016. O dólar futuro recuava cerca de 0,25% no final da tarde.
Nos últimos sete pregões, o dólar havia acumulado elevação de 6,62% e ido a R$ 4,12 com economistas cautelosos em relação às eleições de outubro.
"Powell não trouxe nenhuma surpresa... frisou o gradualismo", afirmou o operador da H.Commcor Corretora Cleber Alessie Machado.
Ele referia-se ao discurso do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, pelo qual afirmou que aumentos constantes da taxa de juros pelo banco central norte-americano são a melhor maneira de proteger a recuperação econômica dos Estados Unidos e manter o crescimento do mercado de trabalho o mais forte possível e a inflação sob controle.
Endossando a postura de política monetária do Fed poucos dias depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter criticado as altas de juros, Powell usou o simpósio anual de Jackson Hole para "explicar hoje porque meus colegas e eu acreditamos que esse processo gradual... continua apropriado".
O Fed já subiu os juros duas vezes neste ano e o mercado acredita que outras duas altas virão ainda, dentro do cenário de movimento gradual ressaltado pela própria autoridade monetária em meio à força que a maior economia vem mostrando e ações do governo para impulsioná-la ainda mais.
No exterior, o dólar recuava ante uma cesta de moedas e também caía ante divisas de países emergentes, entre elas o peso mexicano.
A moeda norte-americana, entretanto, terminou bem longe da mínima do pregão brasileiro, quando superou 1% de desvalorização, a R$ 4,0723.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4.800 swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 4,32 bilhões do total de US$ 5,255 bilhões que vence em setembro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.