O dólar esboçava queda no começo da sessão desta quarta-feira (22), em um dia que promete ser de menor liquidez à medida que o Natal se aproxima, com investidores analisando a aprovação do Orçamento de 2022 e à espera de dados nos Estados Unidos.
Às 9h31 (de Brasília), a moeda norte-americana à vista recuava 0,37%, a R$ 5,7183 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,49%, a R$ 5,7275.
As variações contidas replicavam a fotografia do fim da sessão da véspera, quando a moeda fechou perto da estabilidade e longe das mínimas da sessão.
De forma geral, investidores seguiam atentos ao noticiário global sobre potenciais efeitos da variante Ômicron do coronavírus sobre as perspectivas para a economia mundial — o que causou recentemente uma liquidação em ativos de risco e ajudou a empurrar o dólar a um novo patamar acima de R$ 5,70, no qual se mantinha.
No campo doméstico e na seara fiscal — um dos principais guias da taxa de câmbio neste ano--, os agentes financeiros se debruçavam sobre o Orçamento de 2022, aprovado na véspera pelo Congresso.
O parecer aprovado prevê que, após a aprovação das emendas constitucionais que alteraram a forma de pagamento dos precatórios, será criada uma margem fiscal para o próximo ano de R$ 113,1 bilhões, valor superior à estimativa do governo federal de R$ 106 bilhões.
"Após o alargamento do teto de gastos e o não pagamento de precatórios, o Orçamento de 2022 parece crível, mas não será executado sem desafios", disse a XP em nota.
Em meio à menor liquidez típica de fim de ano, o Banco Central vai prover dólares ao mercado. A autoridade monetária vai ofertar entre 10h30 e 10h40 até US$ 700 milhões em swaps cambiais "novos". Uma hora depois, disponibilizará até US$ 731 milhões nesses mesmos derivativos, mas desta vez para rolagem dos contratos vincendos em fevereiro de 2022.
No exterior, o índice do dólar frente a uma cesta de moedas de países desenvolvidos recuava 0,14%, enquanto moedas emergentes subiam 0,42%. Além dos desdobramentos da Ômicron, indicadores econômicos nos EUA serão analisados, com investidores em busca de evidências que justifiquem uma postura mais dura do banco central norte-americano — o que poderia pressionar moedas de países emergentes, como o real.