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Dólar fecha em R$ 4,95, avanço de 1,70%, o maior desde 3 de agosto

Ibovespa cai 1,53 % e encerra na mínima do dia; índice de referência da bolsa recua 5% no mês e quebra série de quatro altas

Economia|Do R7

Dólar fecha a quinta-feira (31) com forte alta no Brasil
Dólar fecha a quinta-feira (31) com forte alta no Brasil

O dólar à vista fechou a quinta-feira (31) com forte alta no Brasil, chegando a oscilar R$ 0,10. A moeda à vista encerrou o dia cotada a R$ 4,9523 na venda, alta de 1,70%, maior avanço percentual em um fechamento desde 3 de agosto, quando subiu 1,97%. O Ibovespa caiu 1,53%, a 115.741,81 pontos, a mínima do dia, em sessão com volume financeiro de R$ 26 bilhões.

Na B3, às 17h16 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,59%, a R$ 4,9220. No mesmo horário, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,50%, a 103,630.

A moeda dos Estados Unidos apresentou variações em alta durante praticamente toda a sessão. Pela manhã, parte do impulso era dado pela atuação de investidores comprados interessados na formação da Ptax, que serve de referência para a liquidação de contratos futuros.

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A Ptax é a taxa de câmbio calculada pelo BC (Banco Central) com base nas cotações do mercado à vista. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).


Além da Ptax, as cotações reagiam a alguns dados econômicos que deram força à moeda norte-americana. Um deles foi o aumento de gastos dos consumidores nos EUA, que representam mais de dois terços da atividade econômica daquele país. A alta foi de 0,8% no mês passado, segundo o Departamento de Comércio, acima da projeção dos economistas, que era de 0,7%.

Por outro lado, a inflação medida pelo PCE (sigla em inglês para índice de preços para gastos de consumo pessoal) subiu 0,2% no mês passado, repetindo a taxa mensal de junho.


Com isso, o dólar teve alta firme ante uma cesta de moedas fortes, o que contribuiu para o avanço também no mercado brasileiro.

Perto das 13h, com a determinação da Ptax de fim de mês, a moeda norte-americana ficou mais livre para oscilar no Brasil. Ela se manteve em alta, com investidores demonstrando cautela, por causa da proposta do governo para o Orçamento de 2024.

Em entrevista coletiva no início da tarde, os ministros do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e da Fazenda, Fernando Haddad, confirmaram a meta fiscal de resultado primário zero para o próximo ano, objetivo que é visto por economistas do mercado financeiro como difícil de ser alcançado.

Além disso, o Orçamento para 2024 traz uma ampliação de gastos de R$ 129 bilhões em relação a este ano. Para cumprir a meta de primário zero, o projeto estabelece um aumento de R$ 168 bilhões em arrecadação, incluindo receitas ainda não aprovadas.

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“Eles vão lutar para atingir a meta zero, mas terão que buscar outras fontes de receita”, comentou Evandro Caciano, head de câmbio da Trace Finance. “Por isso, depois da Ptax, o fiscal passou a comandar [o pregão]. Houve um movimento de compra de proteção, com o investidor estrangeiro comprando moeda. O estrangeiro está se protegendo”, acrescentou.

Durante o dia, chamou atenção a forte oscilação do dólar, próxima de R$ 0,10, algo incomum para uma única sessão. Na cotação mínima, às 9h33, a moeda à vista marcou R$ 4,8645 (-0,11%). Na máxima, às 12h07, o dólar atingiu R$ 4,9620 (+1,90%).

No exterior, o dólar se manteve em alta ante as moedas fortes.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 16 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de outubro.

Ibovespa recua 5% em agosto

O Ibovespa fechou a quinta-feira em queda, com a recente deterioração nas contas públicas corroborando dúvidas sobre os planos de déficit fiscal zero para o próximo ano. Enquanto isso, medidas para aumentar as receitas trouxeram preocupações sobre os possíveis efeitos nos resultados de empresas.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,53%, a 115.741,81 pontos, terminando na mínima do dia. O volume financeiro na sessão somou R$ 26 bilhões.

Com tal desempenho, o Ibovespa acumulou queda de 5% em agosto, encerrando uma sequência de quatro meses em alta. Essa performance foi acompanhada de uma forte saída de capital externo da bolsa paulista, com as vendas superando as compras em R$ 12,56 bilhões neste mês até o dia 29.

De acordo com o head da EQI Research Luís Moran, o fluxo bastante negativo de investidores estrangeiros na bolsa contrariou a expectativa criada pelo mercado, com o início dos cortes na Selic, de que esse fluxo fosse aumentar. Contudo, ele avalia que as saídas refletiram eventos no cenário externo.

No Brasil, o mês acabou com receios sobre o cenário fiscal voltando a pressionar os ativos financeiros.

Nesta quinta, o BC mostrou que o setor público consolidado teve um déficit primário de R$ 35,8 bilhões em julho, bem maior do que o previsto por economistas. A dívida pública bruta do país como proporção do PIB (Produto Interno Bruto) avançou para 74,1%.

Para o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, a política fiscal "claramente expansionista" no ano até o momento e a relutância em controlar a despesa prejudicam a credibilidade das metas fiscais anunciadas pelo Executivo.

O governo reiterou nesta quinta que o Projeto de Lei Orçamentária de 2024 (PLOA) buscará a meta de resultado primário zero, mas isso não aliviou a desconfiança de agentes financeiros. Além da queda na bolsa, as taxas de DI (Depósito Interbancário) avançaram, e o dólar subiu ante o real.

"A grande questão aqui não é nova, é a preocupação dos investidores com o quadro fiscal brasileiro", afirmou o responsável pela mesa de ações do BTG Pactual, Jerson Zanlorenzi. "O mercado ainda tem um pouco de dúvida sobre essa viabilidade de déficit zero no ano que vem."

Em Wall Street, os pregões terminaram sem uma direção única antes da divulgação de dados do mercado de trabalho, após uma semana com números corroborando expectativas de que o Federal Reserve poderia interromper o ciclo de altas de juros nos Estados Unidos. 

O último pregão do mês trouxe a terceira prévia da carteira do Ibovespa que irá vigorar a partir de segunda-feira (4) até o fim do ano, confirmando a entrada das ações da PetroReconcavo e da Vamos, assim como a saída dos papéis da Méliuz.

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