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Dólar recua e fecha a semana em R$ 3,70 após BC reforçar atuação

Moeda norte-americana despencou mais de 5,5% nesta sexta-feira (8), após três altas seguidas. Queda foi a maior em quase dez anos

Economia|

Dólar recua e atinge R$ 3,70 nesta sexta-feira (8)
Dólar recua e atinge R$ 3,70 nesta sexta-feira (8) Dólar recua e atinge R$ 3,70 nesta sexta-feira (8)

A atuação mais firme do BC (Banco Central) no mercado de câmbio e a declaração do presidente da autoridade, Ilan Goldfajn, de que há outros instrumentos que podem ser usados para ampliar a liquidez, o dólar despencou mais de 5,5% nesta sexta-feira (8), voltando ao patamar de 3,70 reais, maior queda em quase dez anos.

O dólar recuou 5,59%, sendo vendido a 3,7065, maior queda percentual desde 13 de outubro de 2008, quando despencou 7,74%. Com este movimento, acabou limando a alta que vinha acumulando no mês.

Nos três pregões anteriores, a moeda norte-americana havia subido 4,87%, sendo 2,28% apenas na véspera. Na mínima da sessão, o dólar foi a 3,6935 reais.

Na semana, o dólar acumulou queda de 1,60%. O dólar futuro caía cerca de 5% no final da tarde.

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"O BC demorou a vir a público, deixando o mercado num ponto de tensão tão violenta que chegou muito perto de 4 reais... Mas foi só aparecer, dizer que estava atento, já deu uma tranquilizada", comentou o diretor da mesa de câmbio da corretora MultiMoney, Durval Correa.

Na noite passada, Ilan informou que serão ofertados US$ 20 bilhões adicionais em swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- até o fim da próxima semana. E acrescentou que, se necessário, o BC poderá fazer leilões de linha, venda de dólares com compromisso de recompra, ou até mesmo vender dólares das reservas no mercado à vista.

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Ele ainda afastou a possibilidade de reunião extraordinária do Comitê de Política Monetária (Copom) para mudar a taxa de juros, e reforçou as mensagens nesta sexta-feira.

O mercado ficou mais nervoso nos últimos dias em meio a preocupações com a situação fiscal do país, após a greve dos caminhoneiros gerar impacto bilionário sobre as contas públicas.

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A cena política também pesava, a poucos meses da eleição presidencial e sem que um candidato que o mercado considera mais reformista decolando nas pesquisas de intenção de voto. E essas preocupações ainda continuavam entre os investidores.

"As condições que levaram o dólar a esticar não mudaram... O BC conseguir tranquilizar, (mas) não significa que a moeda vai voltar a 3,50 reais. É possível ele voltar a trabalhar entre 3,75 e 3,80 reais", afirmou Correa.

Nesta sessão, o BC vendeu integralmente o lote de até 15 mil novos swaps, e também a oferta integral de até 60 mil contratos, dentro da nova estratégia de vender mais 20 bilhões de dólares em swaps até a próxima sexta-feira. Dessa forma, já injetou 10,306 bilhões de dólares neste mês no mercado.

Desde que começou a ofertar novos contratos de swap, no dia 14 de maio passado, o BC havia injetado no sistema até a véspera o equivalente a pouco mais de 14 bilhões de dólares.

E ainda vendeu os 8.800 swaps para rolagem do vencimento de julho, já somando 2,640 bilhões de dólares do total de 8,762 bilhões de dólares que vence em julho. Se mantiver esse volume até o final do mês, rolará integralmente o total.

O cenário externo também continuava como uma luz amarela para os mercados, em meio a temores de altas de juros além do esperado nos Estados Unidos ainda este ano.

Na próxima semana, o Federal Reserve, banco central do país, volta a se reunir e as apostas majoritárias são de que ele promoverá a segunda alta de juros neste ano. A dúvida é se indicará que vai acelerar o passo até o final do ano ou fará apenas mais uma elevação até o fim do ano.

Juros elevados têm potencial de atrair à maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças financeiras consideradas de maior risco, como a brasileira.

Nesta sessão, o dólar operava em alta ante uma cesta de moedas, mas estava misto ante divisas de países emergentes, em alta ante o rand sul-africano e em queda ante o peso mexicano.

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