Economia brasileira cresce no 1º tri e volta ao patamar pré-pandemia
Apesar da segunda onda da crise sanitária no início deste ano, PIB subiu 1,2%, o terceiro resultado trimestral positivo consecutivo
Economia|Do R7
Apesar da nova escalada da pandemia no início deste ano, a atividade econômica brasileira demonstrou dinamismo e o PIB (Produto Interno Bruto) registrou alta de 1,2% no primeiro trimestre de 2021 em comparação com os três últimos meses do ano passado. Com o resultado, divulgado nesta terça-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), a economia voltou ao nível anterior à pandemia.
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Esse é o terceiro resultado positivo em sequência, depois dos recuos no primeiro (-2,2%) e no segundo (-9,2%) trimestres de 2020, quando a economia encolheu 4,1%, afetada pela crise sanitária. Em valores correntes, o PIB, que é soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, chegou a R$ 2,048 trilhões.
"Mesmo com a segunda onda da pandemia de covid-19, o PIB cresceu no primeiro trimestre, já que, diferente do ano passado, não houve tantas restrições que impediram o funcionamento das atividades econômicas no país", avalia a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
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Diante da performance nos primeiros três meses deste ano, o indicador voltou ao patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, mas ainda está 3,1% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, alcançado no primeiro trimestre de 2014.
Ainda conforme os dados do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, frente ao mesmo trimestre de 2020, o PIB apresentou crescimento de 1%. No acumulado nos quatro trimestres, terminados em março de 2021, o índice caiu 3,8%, comparado aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
Setores
Na análise setorial, a expansão da economia brasileira veio dos resultados positivos na agropecuária (5,7%), na indústria (0,7%) e nos serviços (0,4%).
No caso específico dos serviços, que contribuem com 73% do PIB, houve resultados positivos em transporte, armazenagem e correio (3,6%), intermediação financeira e seguros (1,7%), informação e comunicação (1,4%), comércio (1,2%) e atividades imobiliárias (1,0%). Outros serviços ficaram estáveis (0,1%).
"A única variação negativa foi a da administração, saúde e educação pública (-0,6%). Não está havendo muitos concursos para o preenchimento de vagas e está ocorrendo aposentadoria de trabalhadores, reduzindo a ocupação do setor. Isso afeta a contribuição da atividade para o valor adicionado", afirma Rebecca.
Na agropecuária, a alta foi puxada pela melhora na produtividade e no desempenho de alguns produtos, sobretudo, a soja, que tem maior peso na lavoura brasileira e previsão de safra recorde este ano.
Já na atividade industrial, o avanço veio das indústrias extrativas (3,2%). Também cresceram a construção (2,1%) e a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (0,9%). O único resultado negativo foi das indústrias de transformação (-0,5%).
"Todos subsetores da indústria cresceram, menos a indústria de transformação, que tem o maior peso, impactada pela indústria alimentícia, que afetou o consumo das famílias", explica a coordenadora de Contas Nacionais.