Empresas de cartões dos EUA se preparam para pedir licença para operar na China
Economia|Do R7
HONG KONG (Reuters) - Empresas de cartões de pagamento dos EUA, incluindo American Express, MasterCard e Visa, se preparam para enviar em meses pedidos de licença para operar na China, segundo três pessoas com conhecimento direto da questão.
Mas a longa espera dessas empresas não deve acabar em breve. Pode levar dois anos ou mais para que as empresas passem pelo escrutínio oficial, inclusive de reguladores bancários, e pela análise de segurança, além de atender a outras condições, disseram as fontes.
Operadores de redes de pagamentos dos EUA esperam há mais de uma década para ter acesso à China, que deve se tornar o maior mercado de cartões de crédito do mundo até 2020, quando o número de cartões em circulação deve subir a 9 bilhões de 6 bilhões em 2016, de acordo com a empresa de pesquisa GlobalData.
A China aceitou em 2015 em abrir o mercado de cartões para empresas locais e estrangeiras, movimento desencadeado por decisão da Organização Mundial de Comércio (OMC) de 2012. Mas as empresas estrangeiras não conseguiram montar operações locais na ausência de um roteiro claro das autoridades chinesas.
Em maio, Pequim e Washington acordaram prazo de 16 de julho para a China emitir diretrizes necessárias para o lançamento de operações locais por parte dos operadores de redes de pagamentos dos EUA, levando a um "acesso pleno e rápido ao mercado".
O Banco Popular da China, banco central chinês, emitiu as diretrizes em 30 de junho, segundo três pessoas familiarizadas com o assunto e uma cópia do documento visto pela Reuters.
A esperada entrada de empresas de cartões estrangeiros irá desafiar o domínio da estatal China UnionPay, atualmente a única operadora da rede de cartões bancários de pagamentos em iuan, avaliado em mais de 8 trilhões de dólares na China.
De acordo com as condições estabelecidas pelo banco central, todas as empresas de pagamento terão criar infraestruturas de tecnologia e dados e um sistema de backup de dados na China.
Esta é uma preocupação para os operadores de rede de pagamentos estrangeiros, que temem que isso resulte em sistemas internos monitorados e dificulte manter a confidencialidade dos dados, segundo fontes da indústria familiarizadas com o assunto.
Profissionais da indústria expressaram preocupações sobre se a China proporcionaria um campo nivelado para a atuação das empresas estrangeiras, o que poderia impactar significativamente a participação de mercado da UnionPay, criada em 2002.
A UnionPay também expandiu suas operações no exterior e tem presença em mais de 160 países, incluindo os Estados Unidos, enquanto firmas como a MasterCard e a Visa estão esperando há anos para oferecer cartões denominados em iuan.
(Por Sumeet Chatterjee)