Falta de conhecimento sobre finanças afeta mais da metade da população brasileira
Segundo pesquisa, 55% dos brasileiros dizem entender pouco ou nada sobre educação financeira
Economia|Luiza Marinho*, do R7, em Brasília
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A maioria dos brasileiros admite ter pouco ou nenhum conhecimento sobre educação financeira. É o que revela pesquisa do Observatório Febraban, realizada pelo Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas). O levantamento indica que 40% da população entende pouco sobre o tema, enquanto 15% afirmam não compreender nada.
O dado ganha relevância diante do aumento do endividamento das famílias. Segundo o Banco Central, o percentual de lares com dívidas no sistema financeiro atingiu 49% em maio, o maior índice já registrado.
Para o consultor financeiro Renan Diego, a falta de informação e planejamento é um dos principais fatores que contribuem para esse cenário.
“Na maioria das famílias brasileiras, não há diálogo frequente sobre dinheiro. A conversa geralmente ocorre somente quando a situação está crítica.”
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Endividamento está relacionado
A pesquisa demonstra que 39% dos entrevistados estão endividados. Entre eles, 23% acreditam que chegarão ao fim de 2025 em situação pior que no final do ano passado, enquanto 48% esperam reduzir suas dívidas.
Além disso, 61% dos brasileiros utilizam frequentemente (34%) ou às vezes (27%) algum tipo de crédito, como cartão, cheque especial ou empréstimos. O uso indiscriminado desses recursos pode agravar o quadro financeiro, especialmente em um contexto de juros elevados.
“A organização financeira é essencial para identificar gastos desnecessários que comprometem o orçamento mensal e anual. Assim, é possível cortar despesas e juntar mais dinheiro. Dessa forma, diminuem-se as chances de endividamento e aumentam-se as possibilidades de alcançar objetivos a longo prazo”, explica Renan.
Impacto na saúde mental
O endividamento afeta mais do que as finanças. Segundo a pesquisa, 77% dos brasileiros com dívidas afirmam que a situação interfere na saúde emocional ou na qualidade de vida.
Júlia Martins, 25 anos, manicure, conta que aprendeu sobre finanças somente após enfrentar dificuldades.“Quando fiquei com o nome sujo, precisei entender onde estava errando. Em casa, esse assunto nunca foi discutido”, relata.
Hoje, ela afirma tentar manter o orçamento sob controle e se organizar para não voltar à mesma situação.
“Estipular um limite para o meu dinheiro e anotar o que gasto mensalmente me permitiu ser mais organizada e evita situações estressantes que já enfrentei por conta disso.”
Renan conclui destacando que a organização financeira ajuda a reduzir o estresse e é fundamental, pois permite planejar economias, estruturar as finanças pessoais e compreender a “psicologia do dinheiro”.
“Isso envolve desenvolver inteligência emocional para lidar com a situação atual, já que, muitas vezes, uma dívida reflete a falta de planejamento e a incapacidade de honrar compromissos de forma estruturada”, conclui.
*Sob supervisão de Leonardo Meireles
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