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FMI: Brasil vai crescer mais em 2018 e 2019, mas longe da média global

Fundo Monetário Internacional prevê alta de 2,3% e 2,5% da economia brasileira neste ano e no próximo ano, bem abaixo dos 3,9% no mundo

Economia|Do R7

FMI aposta melhores anos para exportadores de commodities, como a soja (foto)
FMI aposta melhores anos para exportadores de commodities, como a soja (foto)

A economia do Brasil terá um crescimento maior que o esperado neste e no próximo ano, na visão do FMI (Fundo Monetário Internacional), puxado pela recuperação do consumo privado e dos investimentos, mas a performance do país ainda estará muito aquém da média global e das economias emergentes.

O PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas por um país) do Brasil crescerá 2,3% e 2,5% em 2018 e 2019, respectivamente. Ambas as projeções são 0,4% superiores à previsão de janeiro, mostrou o documento "Perspectiva Econômica Global" do fundo, divulgado nesta terça-feira (17).

"Após profunda recessão em 2015-16, a economia do Brasil voltou a crescer em 2017 (1%) e espera-se que melhore para 2,3% em 2018 e 2,5% em 2019, impulsionado por consumo privado e investimento mais fortes", trouxe o FMI em relatório.

A projeção da entidade, apesar de bem melhor do que no início do ano, é mais tímida se comparada com as contas feitas por economistas no país. Pesquisa Focus do Banco Central, que coleta todas as semanas projeções do mercado, mostra que a expectativa é de crescimento de 2,76% e 3% em 2018 e 2019, respectivamente.


Os números deste ano, no entanto, vêm perdendo força nos últimos meses, com dados econômicos mais fracos. Na segunda (16), por exemplo, foi divulgado que o IBC-BR (Índice de Atividade Econômica do BC), espécie de sinalizador do PIB, apresentou expansão de apenas 0,09% em fevereiro na comparação com o mês anterior, abaixo das expectativas em pesquisa Reuters com economistas.

O FMI manteve a projeção de crescimento global de 3,9% tanto para este ano quanto para o próximo, ao mesmo tempo em que vê as economias emergentes e em desenvolvimento crescendo 4,9% e 5,1%, respectivamente.


"Embora a alta taxa de crescimento reflita principalmente a continuidade do forte desempenho na Ásia emergente, a captação projetada mostra melhores perspectivas para exportadores de commodity depois de três anos atividade econômica muito fraca", explicou o FMI.

Para a América Latina e Caribe, a expansão calculada é de 2% neste ano e de 2,8% em 2019 — 0,1 e 0,2 ponto percentual a mais do que no levantamento anterior.


"A recuperação gradual do crescimento continua na América Latina e Caribe, uma região gravemente afetada pela queda nos preços das commodities em 2014–16", trouxe a entidade.

O fundo também chamou a atenção para a cena política incerta, que poderá acabar em nova agenda, "inclusive no contexto das próximas eleições ou suas conseqüências imediatas em vários países (como o Brasil, a Colômbia, a Itália e o México)".

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