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Inflação atinge metade dos produtos em junho, diz IBGE

Difusão do índice oficial de preços aos consumidores atingiu 187 dos 377 itens pesquisados mensalmente na composição do IPCA

Economia|Do R7

Laranja foi o item com a maior queda de preços em junho
Laranja foi o item com a maior queda de preços em junho

A primeira deflação registrada no Brasil desde setembro do ano passado e a maior queda para o mês de junho desde 2017 (-0,08%) contou com o aumento dos preços de metade (49,6%) dos produtos pesquisados mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Do total de 377 itens que fazem parte da cesta de consumo dos brasileiros, 187 (49,6%) ficaram mais caros, 31 (8,2%) apresentaram estabilidade e 159 (42,2%) estão mais baratos em relação ao mês de maio.

De acordo com os números do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), o índice de difusão foi 6 pontos percentuais menor do que aquele apurado em maio (56%). Entre os produtos alimentícios pesquisados, 54% ficaram baratos na passagem de maio para junho, com destaque para as quedas da laranja-baía (-26,9%) e da abobrinha (-14,3%).

Ao analisar a difusão do primeiro semestre, a alta de preços contamina 72,9% (271) dos produtos que fazem parte da cesta de consumo das famílias com renda entre um e 40 salários mínimos. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa atinge oito de cada dez itens (80,6%).


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Rachel de Sá, chefe de economia da Rico, explica que a deflação apurada em junho não representa que todos os produtos consumidos pelas famílias estão mais baratos nas prateleiras dos mercados.

“O número geral da inflação que caiu e, obviamente, dentro do IPCA existe uma cesta de bens e serviços e cada um deles tem o seu peso. Dentro do índice, vemos preços subindo ainda em um ritmo acelerado e outros que caíram e puxaram a deflação”, destaca ela.


André Meirelles, diretor de Alocação e Distribuição da InvestSmart XP, ressalta que boa parte da queda dos preços em junho partiu dos grupos de alimentações e Bebidas (-0,66%) e transportes (-0,41%). "Esses dois grupos juntos representam cerca de 42% do IPCA e são itens cujo preço é considerado mais volátil", observa.

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Entre as altas, a Rachel de Sá chama atenção para a inflação de serviços, que subiu acima do esperado (+0,62%) e agora acumula alta de 6,21% no acumulado dos últimos 12 meses, taxa quase o dobro da apurada pelo índice geral para o mesmo período, de 3,16%.

“A gente vê os serviços rodando a quase 7% de alta, o que confirma as falas recentes do Banco Central, de que a primeira pernada da perda de força da inflação segue acontecendo, com a baixa dos preços industriais, matérias-primas e alimentos após a volta do mundo ao normal. [...] Só que agora é necessário conter a inflação de serviços”, orienta Rachel.

Meirelles ressalta que, mesmo com a deflação, a média dos núcleos da inflação avançaram 0,2% em junho. "Apesar da variação negativa, quando olhamos para o núcleo da inflação, medida que desconsidera os componentes mais voláteis, a leitura se torna um pouco menos otimista", completa ele.

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