Inflação da Páscoa: chocolate e bacalhau ficam mais caros, mas preço do camarão cai em um ano
Alta do chocolate chegou a 21,77% de março de 2024 ao mesmo mês deste ano, quase quatro vezes o valor da inflação oficial do país
Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

Seja na sexta-feira com a tradicional bacalhoada ou no domingo com os ovos de chocolate, o feriado de Páscoa está pesando mais no bolso dos brasileiros. Dos seis itens selecionados pelo R7, três tiveram alta no acumulado dos últimos 12 meses. O preço do chocolate em barra e bombom, por exemplo, cresceu 21,77%, quase quatro vezes o valor da inflação oficial do país (5,48%).
Os dados foram obtidos com base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de março, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na sexta-feira (11).
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As compras para a celebração da Páscoa fazem parte da preparação das famílias, mas, em 2025, os consumidores devem sentir mais no bolso, já que o bacalhau também teve alta. De março de 2024 ao mesmo mês deste ano, o peixe está 6,45% mais caro.
Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) mostrou que cerca de 103 milhões de consumidores devem fazer compras para a Páscoa este ano. Os consumidores pretendem gastar, em média, R$ 247 no mercado, adquirindo aproximadamente cinco produtos.
Apesar do fluxo, o índice representa uma queda nominal de 4 milhões de pessoas em relação a 2024, mostrando que, neste ano, o valor dos itens está pesando mais para os brasileiros.
Produtos essenciais para a tradicional bacalhoada, como a azeitona (14,1%), ovo cozido (19,52%), azeite (10%) e tomate (0,13%) ficaram mais caros. Por outro lado, alguns ingredientes tiveram queda de preço e ajudaram a equilibrar a cesta, a exemplo da batata (-36,69%), cebola (-37,78%) e pimentão (-15,45%).
Para quem deseja não comer carne, mas quer gastar um pouco menos, boas opções são a tilápia ou o camarão. Em um ano, os itens ficaram 4,65% e 3,62% mais baratos, respectivamente.
Preço alto para além da Páscoa
O R7 mostrou que o café moído foi o item que exerceu o maior impacto individual sobre a inflação em um ano. No período, o item quase essencial no café da manhã dos brasileiros teve alta de 77,78%. No primeiro trimestre do ano, a alta foi de 30,04% e, somente em março em relação a fevereiro, houve avanço de 8,14% nos preços.
O cafezinho pronto servido em padarias, lanchonetes, bares e restaurantes, aumentou 12,26%.
Outro item em destaque foi o óleo de soja, que exerceu o sétimo maior impacto individual sobre a inflação e teve alta de 24,36% no acumulado do ano.
A inflação também foi influenciada pelo aumento do preço do cigarro, que subiu 22,46% no período. Em agosto do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumentou a cobrança do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre o item. Desde setembro, o preço mínimo para venda do maço de 20 cigarros no varejo passou de R$ 5 para R$ 6,50.
As carnes também estão pesando mais no bolso dos brasileiros. No acumulado de 12 meses, o grupo teve alta de 21,16%. Os destaques ficaram com acém (25,54%), pá (23,22%) e patinho (22,5%). O lagarto comum e a capa de filé também tiveram altas expressivas (22,31% e 22,05%, respectivamente).
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