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Mais de 30 profissões devem surgir com nova fase da indústria

A chamada “indústria 4.0” vai exigir novas qualificações, principalmente relacionadas com tecnologia, no mercado de trabalho

Economia|Thomaz Kravezuk, do R7*

Segmento automotivo está entre os que mais devem exigir novas profissões
Segmento automotivo está entre os que mais devem exigir novas profissões

Pelo menos 30 novas profissões devem ser criadas em oito áreas nos próximos cinco a dez anos, de acordo com um estudo realizado pelo Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).

A cultura de inovação ganha força nas grandes empresas

As novas ocupações — que incluem engenheiro de cibersegurança, técnico em informação e automação, mecânico de veículos híbridos e projetista para tecnologias 3D — devem surgir em sua maioria por conta da chamada “indústria 4.0”, que se refere à integração do mundo físico e virtual por meio de tecnologias digitais, como a ‘internet das coisas’ e inteligência artificial.

O levantamento aponta que as profissões que devem ganhar relevância nos oito segmentos vão exigir graduação em nível médio e superior.


Tabela com as principais profissões que devem ganhar força
Tabela com as principais profissões que devem ganhar força

Novas competências

O estudo ainda aponta que, independente do segmento, novas competências e habilidades — principalmente socioeconômicas, como trabalho em equipe e empreendedorismo — serão uma demanda a novos profissionais.


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O técnico em Química, por exemplo, terá de adquirir conhecimentos básicos em nanotecnologia e em sistemas digitais, assim como ter pensamento crítico, adaptabilidade, flexibilidade e atenção a detalhes, entre outras habilidades. Já o operador de processamento de grãos precisará ter noções de automação de controle e processos, de aplicativos de software, ter boa comunicação, gestão de tempo e aprendizagem ativa.


“Essas competências socioemocionais são ainda mais importantes no mercado de trabalho porque existe uma evolução constante da sociedade do conhecimento”, explica Rafael Lucchesi. “As estruturas empresariais hoje são menos verticalizadas, são mais horizontais e flexíveis. Equipes que trabalham de forma colaborativa são essenciais para se obter ganhos de produtividade e eficiência”, complementa.

Químicos precisam de habilidades que vão do socioeconômico à nanotecnologia
Químicos precisam de habilidades que vão do socioeconômico à nanotecnologia

Corrida tecnológica

A área automotiva está entre os segmentos líderes da corrida tecnológica no Brasil. Seus representantes preveem que novas tecnologias — como robótica colaborativa e comunicação entre máquinas por meio da internet das coisas — vão impactar fortemente a produção da área.

A previsão é que as profissões do segmento se transformem e sejam criadas quatro novas ocupações: mecânico de veículos híbridos, especialista em telemetria, programador de unidades de controles eletrônicos e técnico em informática veicular. Além disso, devem ganhar relevância profissões já existentes como eletromecânico de automóveis e mecânico de manutenção automotiva.

Outro segmento que está entre os mais otimistas com a quarta revolução industrial é o de Tecnologias da Informação e Comunicação. Profissionais dessa área deverão trabalhar em todos os setores econômicos por conta da necessidade de criação de programas de computador adaptados às necessidades das empresas.

Empreendedorismo é uma opção de trabalho para os jovens

A previsão do estudo é que devem ganhar maior relevância no mercado ocupações que já existem hoje, como técnico programador de games digitais, programador multimídia, o técnico em desenvolvimento de sistemas e o técnico em redes de computadores.

Novas profissões também devem aparecer nesse mercado: analista de internet das coisas (IoT), engenheiro de software e o especialista em big data, profissional com base científica que seja capaz de analisar dados como movimentos econômicos e contexto da empresa para ajudá-la a se inserir em novos mercados.

No mundo digital, a segurança das informações — especialmente diante do armazenamento de informações estratégicas em nuvem — é uma das maiores preocupações dos empresários. Por isso, devem nascer também profissões diretamente ligadas a essa temática: engenheiro de cibersegurança e analista de segurança e defesa digital.

Tecnologia da Informação e Comunicação também devem abrir mais vagas
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Metodologia da pesquisa

O trabalho foi feito a partir do Modelo Senai de Prospecção, feito a partir da aplicação de um painel com cerca de 20 especialistas – representantes de empresas, de sindicatos de trabalhadores, de universidades – por setor estudado e enviado para Comitês Técnicos Setoriais, que apontam quais serão os perfis e as competências exigidas dos profissionais de cada segmento.

O método é utilizado para embasar as decisões do Senai sobre a oferta de cursos e seus currículos e já foi transferido a instituições de mais de 20 países na América do Sul e no Caribe.

De acordo com o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, o material produzido pela instituição também é uma boa referência para os jovens que buscam uma profissão e os profissionais que desejam se atualizar.

— As tecnologias digitais vão criar uma miríade de novos negócios e transformar o mercado de trabalho. As pessoas terão um processo contínuo de aprendizado ao longo de vida. Vão precisar se requalificar permanentemente para adquirir novas competências.

*Estagiário do R7, sob supervisão de Paulo Lima.

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